Ela pede providĂȘncias urgentes para a apuração dos fatos, responsabilização dos envolvidos e garantia de sua segurança pessoal. A deputada diz que foi atingida por spray de pimenta e bombas de efeito moral lançadas pelas forças de segurança.
"Quando a polĂcia lança bombas de gĂĄs e spray de pimenta contra um ato pacĂfico, com mais de 6 mil indĂgenas reunidos para defender a Constituição, não estamos diante de um excesso isolado. Estamos diante de uma ação institucional que precisa ser investigada com rigor e punida", defende a deputada.
Célia XakriabĂĄ também pede a instauração de inquérito pela PolĂcia Federal, a liberação das imagens de segurança do Congresso Nacional no dia da marcha, a emissão de recomendações para prevenção de novos episódios de violĂȘncia e audiĂȘncias com os ministérios.
Ela relata que, durante a manifestação A Resposta Somos Nós, promovida pela Articulação dos Povos IndĂgenas do Brasil (Apib), se identificou como parlamentar em exercĂcio, e mesmo assim foi impedida de entrar nas dependĂȘncias da Câmara dos Deputados e sofreu queimaduras nos dedos. Mulheres e crianças indĂgenas também foram feridas na ação.
Os ofĂcios falam ainda em truculĂȘncia das polĂcias Militar do Distrito Federal (PMDF) e Legislativa do Congresso (Depol), omissão do Detran-DF e do Corpo de Bombeiros (CBMDF), por terem se recusado a prestar socorro imediato sob alegação de falta de autorização superior.
Célia XakriabĂĄ denuncia que na véspera da manifestação houve discursos racistas e de incitação à violĂȘncia em reunião virtual da Secretaria de Segurança PĂșblica do DF. O que, para ela, indica premeditação na repressão ao protesto. Foi apresentada uma representação ao Supremo Tribunal Federal (STF), e a Procuradoria da RepĂșblica no DF abriu investigação.
Outras medidas
A deputada também acionou o Ministério das Mulheres, o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH).
A denĂșncia é de que houve violĂȘncia polĂtica de gĂȘnero, racial e institucional. Ela entende que por ser uma mulher indĂgena que utiliza vestimentas tradicionais e pinturas corporais foi alvo claro de deslegitimação e hostilidade.
"A violĂȘncia que sofremos naquele dia não foi só fĂsica. Ela carrega o peso do racismo, do machismo e do colonialismo que insiste em negar a legitimidade de uma mulher indĂgena ocupar espaços de poder. Usar cocar, pintura e falar em nome do nosso povo não deveria ser motivo de violĂȘncia, e sim de respeito. Não é só contra mim. É contra todas as mulheres indĂgenas que ousam existir e resistir no espaço polĂtico", disse a deputada.
Célia XakriabĂĄ pediu ao Conselho Nacional dos Direitos Humanos a abertura de um procedimento de apuração. Ela disse que os fatos configuram um ataque à democracia e ao exercĂcio do mandato parlamentar.
AgĂȘncia Brasil