Muitos 60+ empreendem por necessidade após a aposentadoria. "Como o Brasil tem uma base ampliada de classes C, D e E, muitos buscam complementar a renda", explica André Spínola, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). É o caso de Juarez Martins, que, diante de uma aposentadoria insuficiente, uniu sua vivência no meio rural a um negócio e fundou a Horta Linda, oferecendo consultorias e oficinas de hortas urbanas. Seus clientes incluem entidades sociais que usam a experiência como uma atividade terapêutica. "Quando eu estava na horta, a tristeza passava", diz Juarez.
Alguns empreendedores 60+ abrem negócios por oportunidade, após poupar parte da renda. Mário Gisi, que foi funcionário público por 35 anos, investiu suas economias na Clemens Chocolates. "É desafiador, prazeroso e traz benefícios à saúde, com chocolates mais puros e sustentáveis", ressalta. A psicóloga Juliana Seidl, da consultoria Longeva, observa que muitos 60+ buscam um propósito na nova fase. "Muitos escolheram a profissão pela estabilidade, sem ter a chance de se perguntar: "É isso que realmente gosto de fazer?"."
Empreendedores 60+ enfrentam desafios, incluindo o preconceito etário, agravado pelo gênero. Denilva Santos, do setor de energia solar, perdeu clientes por ser mulher, apesar de usar tecnologia avançada. "A esposa de um cliente disse que ele preferiu fechar negócio com um eletricista que subiu no telhado", relata. Determinada, ela fez um curso, aprendeu o trabalho braçal e hoje domina todas as etapas, mesmo tendo equipe para o serviço.
Economia prateada
Os serviços voltados para pessoas maduras ainda são poucos no Brasil, apesar do grande potencial da "economia prateada" em áreas como lazer, educação e entretenimento. Claudia Grande se tornou senior influencer por acaso e, com quase 1 milhão de seguidores, transformou sua presença online em um negócio: turismo adaptado para 60+. "Faço o que sei para o meu público", resume.
Moyses Elias Neto Alvim se inspirou nos avós para criar o serviço de "neto de aluguel", oferecendo transporte e companhia para idosos em consultas, compras e passeios. Com uma clientela fiel, destaca que o diferencial é o atendimento. "Mesmo achando algo mais barato, eles ficam pelo convívio e suporte", diz. Já Roberta Marques percebeu que o público 60+ busca experiências adaptadas e criou o Divas Dance, aula de dança exclusiva para idosas em Brasília. Inspirada na avó, desenvolveu uma metodologia acessível. "É um ambiente seguro, onde elas fazem amigas e compartilham histórias", explica.
Sobre o programa
Produção jornalística semanal da TV Brasil, o Caminhos da Reportagem leva o telespectador para uma viagem pelo país e pelo mundo atrás de pautas especiais, com uma visão diferente, instigante e complexa de cada um dos assuntos escolhidos.
No ar há mais de uma década, o Caminhos da Reportagem é uma das atrações jornalísticas mais premiadas não só do canal, como também da televisão brasileira. Para contar grandes histórias, os profissionais investigam assuntos variados e revelam os aspectos mais relevantes de cada tema.
Saúde, economia, comportamento, educação, meio ambiente, segurança, prestação de serviços, cultura e outros tantos temas são abordados de maneira única. As matérias temáticas levam conteúdo de interesse para a sociedade pela telinha da emissora pública.
Questões atuais e polêmicas são tratadas com profundidade e seriedade pela equipe de profissionais do canal. O trabalho minucioso e bem executado é reconhecido com diversas premiações importantes no meio jornalístico.
Exibido às segundas, às 23h, o Caminhos da Reportagem tem horário alternativo na madrugada para terça, às 4h30. A produção disponibiliza as edições especiais no site http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem e no YouTube da emissora pública. As matérias anteriores também estão no aplicativo TV Brasil Play, disponível nas versões Android e iOS, e no site http://tvbrasilplay.com.br.
Agência Brasil