Participantes de sessão solene no plenĂĄrio da Câmara dos Deputados em homenagem ao Dia Internacional da SĂndrome de Down ressaltaram a importância de polĂticas pĂșblicas para permitir que todos desenvolvam suas capacidades e vivam com autonomia. O deputado MĂĄrcio Honaiser (PDT-MA) lembrou que todos precisam de suporte e que as dificuldades que as pessoas com Down enfrentam "muitas vezes estão nos outros, mais que nelas mesmas". Ele é pai de uma menina com a sĂndrome, a Maria Helena, que estava com ele no plenĂĄrio.
"Ninguém caminha sozinho. As pessoas como sĂndrome de Down e suas famĂlias precisam de suporte adequado para que possam desenvolver todo seu potencial", disse Honaiser." Minha filha, Maria Helena, é uma das grandes razões pelas quais estou aqui hoje falando sobre inclusão, respeito e oportunidade. Assim como qualquer criança, ela tem sonhos, capacidades e o direito de viver com dignidade e autonomia", ressaltou.
MĂĄrcio Honaiser defendeu ainda que o capacitismo, visão preconceituosa que define a pessoa a partir de sua deficiĂȘncia, tem de ser combatido com polĂticas pĂșblicas e oportunidades. Dentre as ações que o poder pĂșblico precisa adotar, o deputado destacou a inclusão escolar de qualidade e a acessibilidade no mercado de trabalho, para que as pessoas com deficiĂȘncia possam trilhar seus próprios caminhos com independĂȘncia.
Vitória sustentou que o primeiro passo para a verdadeira inclusão é permitir que as pessoas com sĂndrome de Down, ou qualquer outra deficiĂȘncia, ocupem espaços de destaque e sejam ouvidas.
"Crescemos, votamos, trabalhamos, temos sonhos e queremos ser respeitados nas nossas decisões. Queremos ter voz, queremos dar nossa opinião. E mais que isso, queremos escolher. Queremos ter o direito de participar das decisões que afetam a nossa vida. Precisamos ser vistos como adultos capazes, protagonistas da nossa própria história", completou.
Psicóloga clĂnica e mãe atĂpica, Adriana Rodrigues de Souza também ressaltou que as pessoas com sĂndrome de Down não são eternas crianças. A psicóloga sustentou que elas se tornam adultas, querem empregos, ter relacionamentos e se divertir, como qualquer outra pessoa.
Uma das autoras do pedido para a realização da homenagem, a deputada LĂdice da Mata (PSB-BA) lembrou que o Dia Internacional da SĂndrome de Down foi instituĂdo pela Organização das Nações Unidas em 2011. A data é comemorada em 21 de março em referĂȘncia à causa da sĂndrome de Down, uma alteração no cromossomo T21.
De acordo com a deputada, o Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂstica (IBGE) aponta que cerca de 300 mil brasileiros vivem com a sĂndrome – pessoas que, com polĂticas pĂșblicas, podem se desenvolver e viver com autonomia.
"O desenvolvimento dos indivĂduos com sĂndrome de Down pode ser ainda maior, caso ocorra o acompanhamento de alguns profissionais – os fisioterapeutas, que podem contribuir para o desenvolvimento motor; os fonoaudiólogos, que auxiliam na articulação dos sons e no fortalecimento da musculatura da face e boca; os terapeutas ocupacionais, que atuam na estimulação das habilidades motoras finas e intelectuais. Portanto, esta Casa precisa lutar para darmos a essa população a oportunidade de ter esses profissionais no seu tratamento."
Autora de outro requerimento que pediu a realização da sessão solene, a deputada Erika Kokay (PT-DF) ressaltou que as pessoas são diferentes umas das outras. E acrescentou que é a sociedade que carrega uma deficiĂȘncia quando não possibilita que todos estejam em todos os lugares e possam exercer todos os seus talentos e todas as suas capacidades.
AgĂȘncia Câmara NotĂcias