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Líbano

Revelado: O Êxodo Silenciado dos Judeus Árabes

Documentário expõe expulsão e resiliência de comunidades judaicas no mundo árabe.


Um novo documentário, intitulado "Laissez-Passer - A Expulsão dos Judeus dos Países Árabes", lançado na Sinagoga Mishcan Menachem, em São Paulo, busca trazer à luz um capítulo pouco conhecido da história judaica: a expulsão de cerca de 950 mil judeus dos países árabes, impulsionada pela criação do Estado de Israel.

O evento de lançamento ocorreu em meio às homenagens ao Dia da Memória da Imigração Judaica ao Brasil, marcando a importância da diáspora judaica e sua reconstrução em diferentes partes do mundo. A iniciativa visa dar visibilidade às histórias de famílias que foram forçadas a abandonar seus lares e bens, enfrentando hostilidades e perseguições.

Ezra Harari, um dos muitos judeus que tiveram de deixar sua terra natal, Aleppo, na Síria, quando tinha apenas dez meses, teve sua história marcada pelos relatos de seus pais sobre os tumultos e a violência que se seguiram à resolução da ONU sobre a partilha. Sua família, assim como milhares de outras, foi obrigada a fugir clandestinamente do país, escapando de um pogrom.

O documentário ressalta como a limpeza étnica resultou na saída integral dos judeus dos países árabes, contrastando com as acusações contra Israel sobre ações em Gaza, que, segundo o filme, não refletem um interesse em erradicar a população palestina, diferente das intenções dos ditadores árabes de eliminar a população judaica de seus países décadas atrás.

A situação das comunidades judaicas nos países árabes se deteriorou drasticamente após a criação do Estado de Israel. O Egito, que antes abrigava uma vibrante comunidade judaica, hoje tem apenas dez famílias judias. A Síria tem menos de dez judeus. O Iraque, que já teve 130 mil judeus, agora não tem nenhum. No Marrocos, restam poucos milhares de uma população que já foi expressiva.

A experiência de Ezra Harari moldou sua vida, ensinando-o sobre a importância da persistência, da luta e da convivência entre os povos. Ele considera o Brasil um país acolhedor, onde raras vezes os judeus foram formalmente perseguidos.

"Os árabes saíram com a intenção de queimar as sinagogas, destruir as casas dos judeus e expulsar nossa gente." lembra Ezra.

A fuga de Aleppo levou Ezra e sua família a um percurso que incluiu o Líbano, a Itália e, finalmente, o Brasil, onde encontraram um novo lar e a oportunidade de reconstruir suas vidas. No Brasil, a comunidade judaica sefaradita se fortaleceu, mantendo vivas as lembranças da Síria e construindo um futuro de esperança e resiliência.

Hoje, a Congregação Beit Yaacov, fundada com a participação do pai de Ezra, é um marco da vida judaica sefaradita no país, com cerca de 800 famílias, sinagogas em São Paulo e no Guarujá, e atuação nas áreas sociais, culturais e filantrópicas.

"Ninguém fala sobre os judeus que foram expulsos dos países árabes", desabafa Ezra.

Apesar das feridas do passado, Ezra Harari mantém a esperança pela paz no Oriente Médio e pela convivência entre os povos, orgulhando-se de sua herança judaica e de sua identidade brasileira.

"Quero que essa guerra que envolve Israel termine o quanto antes, nosso povo busca sempre a paz." disse Ezra Harari.


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