José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, está planejando um retorno à política em 2026, almejando uma vaga como deputado federal, cargo que já ocupou por três mandatos. Segundo relatos, o próprio presidente Lula solicitou seu retorno à vida política.
O retorno de Dirceu reacende a discussão sobre o escândalo do Mensalão, esquema de corrupção que consistia no pagamento de mesadas a parlamentares durante o governo Lula em 2003 e 2004. Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão em 2012, mas recebeu indulto do STF em 2016, embora tenha permanecido preso devido a outras condenações na Lava Jato.
Além de Dirceu, outros envolvidos no Mensalão também foram presos, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, que cumpriu dois anos de uma pena de seis. O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, também foi beneficiado por indulto.
Outro tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, teve sua condenação de 24 anos na Lava Jato anulada pelo ministro Edson Fachin em janeiro de 2024, uma decisão que demonstra a influência do STF nas decisões políticas.
A volta de José Dirceu acontece em meio a uma disputa interna no PT, com a corrente majoritária, CNB, enfrentando uma crise. Há divergências sobre a indicação de Edinho Silva para a presidência do partido, com resistências inclusive dentro do grupo de Lula.
As eleições internas do PT estão marcadas para 6 de julho, e a disputa se centra no controle da tesouraria do partido, que administra cerca de R$ 700 milhões anuais em fundos partidários e eleitorais.
"Reconheço méritos no trabalho dela, como eu penso também que o partido que tenha que avançar na democracia precisa também democratizar o debate de finanças" disse Edinho Silva, em referência à secretária de finanças do partido, Gleide Andrade, demonstrando as tensões internas na disputa pelo poder dentro do PT.
"Não existe construção política sem centro político. E a CNB sempre foi o centro político do Partido dos Trabalhadores", afirmou Edinho Silva, buscando união em meio à crise.
A possível candidatura de Dirceu e a disputa interna no PT revelam um momento de reconfiguração de forças dentro do partido, com o ex-ministro buscando se reinventar na política e o PT lidando com tensões internas e o peso de escândalos passados.
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