O empresário Joel Corrêa, de Tubarão (SC), condenado a 13 anos e seis meses de prisão pelo STF por envolvimento nos eventos de 8 de janeiro, enviou uma carta da prisão na Argentina, onde foi detido em 19 de novembro em El Volcán, provÃncia de San Luis, enquanto tentava seguir para o Chile.
Segundo as autoridades locais, Corrêa residia em Buenos Aires e, no momento da sua detenção, transportava apenas uma mala com roupas.
"Nunca imaginei passar por isso num paÃs no qual o presidente fala sempre em liberdade." disse Corrêa, referindo-se a Javier Milei.
Na carta, divulgada por familiares à Revista Oeste, Corrêa descreve um perÃodo de grande sofrimento e desespero após sua prisão. Ele relata ter enfrentado momentos de profunda angústia, chegando a considerar tirar a própria vida.
Após esse perÃodo crÃtico, Corrêa afirma ter procurado ajuda psiquiátrica e iniciado um tratamento que envolve o uso diário de medicamentos.
O empresário também relata as condições adversas enfrentadas no sistema prisional argentino, desde o perÃodo inicial em uma cela solitária até a transferência para uma penitenciária de segurança máxima, onde conviveu com criminosos comuns.
Corrêa descreve ainda um transporte de 14 horas sob condições degradantes, algemado e acorrentado, o que classifica como tortura.
"O governo que fala em liberdade nos mantém presos. Que liberdade é essa?" questiona o empresário.
Segundo Corrêa, desde sua chegada à Argentina, ele solicitou refúgio polÃtico e viveu livremente até sua prisão, motivada por um pedido de captura do Brasil. Ele argumenta que a prisão é ilegal, uma vez que possui refúgio provisório.
O caso de Joel Corrêa levanta questões sobre a extradição de brasileiros envolvidos nos atos de 8 de janeiro e o tratamento dispensado a eles no sistema prisional argentino. A situação também expõe tensões polÃticas entre Brasil e Argentina, especialmente no que diz respeito à aplicação de medidas restritivas a indivÃduos considerados ameaças à ordem democrática.
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