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Câmara dos Deputados

Debatedoras pedem mais capilaridade na atenção jurídica às mulheres


Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados Socorro Neri comandou o evento nesta manhã.
O acesso das mulheres brasileiras à Justiça foi tema de um café da manhã nesta quinta-feira (20), dentro das comemorações do mĂȘs da mulher na Câmara dos Deputados. A deputada Socorro Neri (PP-AC), que comandou o evento, e defensoras pĂșblicas de todo o paĂ­s disseram que o Brasil deve aumentar a capilaridade da atenção jurĂ­dica às mulheres, com o objetivo de garantir direitos.

Socorro Neri observou que o contexto brasileiro ainda é de desigualdades econômicas e sociais, e as mulheres, embora sejam maioria, são minorizadas em razão das dificuldades de acessar a Justiça e seus direitos.

"As mulheres recebem os menores salĂĄrios, sofrem violĂȘncia de gĂȘnero de uma forma institucionalizada e são vĂ­timas de feminicĂ­dio de uma forma assustadora", afirmou a parlamentar. "Ainda precisamos avançar na implementação da rede de proteção, e a gente sabe que a Câmara tem um papel importante no aumento do acesso à Justiça."

A presidente da Associação Nacional das Defensoras e Defensores PĂșblicos Federais, Luciana Dytz, reforçou o papel do Congresso Nacional para difundir a presença de defensorias pĂșblicas no Brasil. No caso da Defensoria PĂșblica da União (DPU), os direitos em questão são previdenciĂĄrios, de seguridade social, de saĂșde, de educação, de minorias e dos imigrantes.

"A Defensoria PĂșblica da União foi criada pela Constituição Federal de 1988, mas estĂĄ em apenas 30% dos locais onde hĂĄ Justiça Federal. Não estĂĄ interiorizada", lamentou Luciana Dytz. "O Congresso é um grande aliado da interiorização porque aprovou em 2014 uma emenda constitucional que diz que, onde houver juiz, um procurador e um promotor, tem que haver um defensor. Esse prazo era de oito anos e acabou em 2022. Devido ao teto de gastos, a defensoria ficou limitada."

Na avaliação de Luciana Dytz, a Câmara pode provocar o Poder Executivo para que se cumpra a determinação constitucional. Ela disse ainda que não basta o acesso à Justiça, mas que esta precisa ser ĂĄgil e eficiente.

Ao destacar a importância das defensorias, a desembargadora Gilda Sigmaringa Seixas, do Tribunal Regional Federal da 1Ã?ÂÂȘ Região, lembrou que muitas mulheres não tĂȘm a quem recorrer na busca por direitos. Segundo ela, não raro, uma mulher que trabalhou a vida inteira sem receber por isso ou sem carteira assinada não consegue acessar uma pensão.

A defensora pĂșblica-geral do Acre, Juliana Marques, lembrou que o defensor pĂșblico atua em caso dessa natureza e em outros, que envolvem enfrentamento da violĂȘncia contra a mulher e atendimento especializado.

Para além da expansão das defensorias pĂșblicas, a deputada Socorro Neri afirmou que a Câmara tem trabalhado para garantir direitos, sejam de saĂșde ou econômicos, a fim de garantir a autonomia feminina.

AgĂȘncia Câmara NotĂ­cias

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