A Natura &Co anunciou uma reestruturação que inclui a incorporação da holding e mudanças na liderança, visando um foco maior nos negócios da América Latina e na marca Natura. Fábio Barbosa, atual CEO da holding, passará a ser Presidente do Conselho da nova estrutura, enquanto João Paulo Ferreira permanecerá como CEO da Natura Cosméticos.
Guilherme Castellan, CFO e Diretor de Relações com Investidores, deixará a empresa em maio, sendo substituído por Silvia Vilas Boas. Alessandro Carlucci, ex-CEO da Natura Cosméticos, integrará o Conselho como diretor independente.
A XP Investimentos classificou o anúncio como negativo, mencionando riscos na resolução da Avon Intl, embora reconheça os potenciais efeitos positivos no balanço. A empresa continua buscando alternativas estratégicas para o ativo.
"Como Castellan é visto pelo mercado como o homem chave por trás do plano de desinvestimento da NTCO, acreditamos que isso pode aumentar as preocupações sobre a resolução da Avon Intl." avalia a XP.
O Bradesco BBI ressaltou que as mudanças podem trazer volatilidade à NTCO3, especialmente com a menor confiança do mercado após os resultados do 4T24. Contudo, analistas apontam que a reestruturação da holding pode simplificar despesas corporativas e permitir proteções fiscais.
"Em relação às mudanças de gestão, apesar de não haver grandes interrupções nas substituições (Barbosa permanecendo na empresa e outras substituições já de dentro), o momento foi uma surpresa, pois o mercado esperava que a empresa resolvesse o dilema da Avon antes da saída de Castellan, que tem uma boa reputação por liderar a agenda de desalavancagem da Natura&Co nos últimos 3 anos por meio de alienações de ativos e limpeza do balanço", avalia o BBI.
O BTG Pactual reiterou que as mudanças na equipe executiva, ocorrendo antes da conclusão da reestruturação, podem gerar ruído adicional, somando-se aos resultados trimestrais aquém do esperado.
A empresa tem se concentrado em simplificar sua estrutura, desalavancar o balanço e focar em marcas e divisões, visando um ROIC marginal melhor e aumento da geração de caixa.
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