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Ministério Público

Tarcísio de Freitas Sob Investigação: Privatização do Poupatempo em SP?

MinistĂ©rio PĂșblico apura suposto desmonte para favorecer privatização de serviço essencial.


O Ministério PĂșblico de São Paulo (MPSP) abriu um inquérito civil para investigar possĂ­veis irregularidades na gestão do programa Poupatempo, sob a administração de TarcĂ­sio de Freitas. A investigação foca em um possĂ­vel desmonte do serviço, o que poderia ser uma estratégia para justificar a privatização.

A promotora do Patrimônio PĂșblico, Karyna Mori, declarou que a mudança no modelo de operação do Poupatempo pode causar "grave dano moral à população paulista".

O inquérito estĂĄ centrado na proposta de um novo modelo de gestão, que unificaria os oito lotes de operação em um só, com gestão compartilhada entre a Prodesp e uma empresa privada. O contrato é estimado em mais de R$ 3 bilhões.

A Promotoria questiona a falta de estudos prévios que justifiquem a privatização, bem como a clareza sobre o funcionamento do novo modelo. A redução da concorrĂȘncia também é um ponto de preocupação: de 24 empresas participantes no modelo atual, apenas duas se inscreveram no novo edital, mesmo após intervenção do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

"um desmonte com a intenção de privatizar." afirmou Farid, relatando preocupações de servidores da Prodesp.

Outras questões levantadas incluem a exploração comercial dos dados dos usuĂĄrios e a exigĂȘncia de experiĂȘncia prévia em gestão de um nĂșmero mĂ­nimo de unidades de atendimento, o que poderia restringir a concorrĂȘncia.

O inquérito foi aberto após denĂșncia do procurador aposentado Fernando Capez e do advogado Guilherme Farid, ex-diretores do Procon-SP, que afirmam ter sido procurados por funcionĂĄrios da Prodesp preocupados com a condução do programa.

Além do novo modelo, o MPSP investiga o afastamento de 60% dos cargos de liderança da superintendĂȘncia do Poupatempo e o desaparecimento do histórico institucional do programa da intranet da empresa. HĂĄ também a possibilidade de aumento de custos para a população, com a cobrança de taxas adicionais para documentos como CNH e RG.

A gestão TarcĂ­sio nega o desmonte e afirma que o chamamento pĂșblico foi validado pelo TCE, com ampla concorrĂȘncia e transparĂȘncia. A Prodesp destaca a expansão e modernização do Poupatempo, com a inauguração de 36 novas unidades e a oferta de mais de 4.300 serviços digitais.

A Prodesp ainda ressaltou que a modernização resultou em uma economia de R$ 228 milhões, e a satisfação do pĂșblico atingiu 98%. O governo estadual tem 20 dias Ășteis para apresentar esclarecimentos ao Ministério PĂșblico.


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