
A recente decisão do presidente Lula de indicar Gleisi Hoffmann para um cargo estratégico no governo federal gerou debates em Brasília. A mudança de planos, que antes indicava Gleisi para a Secretaria-Geral da Presidência, agora a coloca em uma posição de maior interlocução com o Legislativo e os estados.
A nomeação de Gleisi ocorre em um momento em que o governo federal contrata uma organização internacional por R$ 478 milhões para organizar a COP30, que será realizada em Belém. O contrato, firmado sem licitação, vai até 2026.
Analistas políticos apontam que a chegada de Gleisi pode intensificar a pressão sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem desempenhado um papel crucial na articulação de pautas econômicas no Congresso. Gleisi já expressou publicamente suas discordâncias em relação às medidas de ajuste fiscal propostas por Haddad.
Nos bastidores, especula-se que Gleisi deve se alinhar ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, um dos principais opositores internos de Haddad. Essa tensão entre os grupos já se manifestou em decisões recentes, como o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda e a liberação do saldo do FGTS para trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário.
Apesar das críticas, interlocutores de Gleisi sugerem que ela adotará uma postura mais pragmática no novo cargo. Paralelamente, aliados de Haddad esperam que Gleisi compreenda que a política econômica é uma responsabilidade de todo o governo, não apenas de um ministro.
"vem para somar" disse Lula.
A indicação de Gleisi também é vista como parte de uma estratégia de Lula para fortalecer a base política do governo visando as eleições de 2026. Com a possibilidade de Lula não concorrer à reeleição, o PT busca consolidar um nome forte para a disputa.
Além de liderar as negociações com o Congresso, Gleisi desempenhará um papel crucial na articulação política para uma possível candidatura do partido no próximo ciclo eleitoral.
Essa movimentação ocorre em um cenário de crescente pressão sobre o governo Lula, especialmente em relação às políticas econômicas e à articulação política com o Congresso.
Fonte: infomoney