Qual é o valor de uma mulher?
Essa questão tem perpassado os séculos e as gerações, mas percebe-se nitidamente, nas veias da história, o misto de ignorância e preconceito envolvido na maioria das respostas. E bem poucos sabem como atribuir o verdadeiro valor à mulher, cuja criação Deus, desde o princípio, preordenou como parte importante e necessária e indispensável ao sucesso de todo o ideal divino na terra.
Gostaria de lhe contar uma história, que eu li há muitos anos numa antiga edição da revista Seleções, e jamais pude esquecê-la.
Uma jornalista americana fora fazer uma reportagem sobre turismo nas longínquas ilhas indonésias e, para isso, precisou contratar os serviços de um guia turístico. Ao indagar sobre a melhor pessoa para a tarefa, todas as indicações recaíam sobre um jovem homem chamado Johny Lingho, tido como o mais bem preparado e inteligente de toda a região. Ela, então, foi procurá-lo.
Na primeira conversa que tiveram, no alpendre da casa de Johny, este lhe perguntou sobre a reação comum das pessoas que o indicaram. Ela respondeu: "Eles sempre riem, e em seguida dizem que o homem mais inteligente das ilhas foi enganado pelo pai de Sarita". Então, ela quis saber a razão disso.
Johny contou-lhe a seguinte história: "Eu queria me casar com Sarita, a mais velha das filhas do senhor Lee. Para os padrões da nossa cultura, ela já estava "velha", mesmo tendo apenas vinte e dois anos de idade. E diziam também que ela não era nada bonita. Mas não para mim.
Quando fui pedi-la em casamento, a família já havia decidido cobrar um dote de quatro vacas, mas se dispusera a aceitar três, ou mesmo duas vacas. Acabei sabendo que se eu regateasse muito, eles aceitariam, por fim, apenas uma vaca. E pronto: Sarita me seria dada por esposa. Seria uma boca a menos para eles sustentarem".
"Em nossa cultura" – continuou Johny Lingho – "o status social de uma mulher depende de quantas vacas valeram o seu dote. E o dote máximo de que se tem notícia foi de cinco vacas. As mulheres conversam entre si orgulhosamente sobre isto.
No dia aprazado, eu apareci na casa do senhor Lee com oito vacas. Foi o que eu ofereci como dote por Sarita. Não houve nenhuma negociação. Desde então as pessoas comentam que o pai de Sarita me enganou".
Nesse instante, surge uma linda e radiante mulher com uma bandeja e serve um lanche aos dois, retornando logo após para dentro da casa.
A jornalista comenta que aquela era a mulher mais linda que ela tinha visto em toda aquela região e lhe perguntou qual o seu nome. Johny responde: "Esta é Sarita".
"Você deve estar querendo saber por que eu dei oito vacas por Sarita, estou certo?" – emendou Johny Lingho.
"Uma mulher que sabe o quanto vale muito para seu marido tem motivo seguro para se orgulhar. Quando ela sabe que vale mais do que todas as outras mulheres, então ela deixa brotar naturalmente de seu interior toda a beleza da sua formosura e a força da graça que possui, e isso a torna linda e preciosa aos olhos de todos".
"Então quer dizer que você deu oito vacas por Sarita exatamente para vê-la desse modo?" – quis saber a jornalista, pensando no ufanismo dele.
"Não, não foi só por isso" – respondeu Johny. "Eu dei oito vacas por Sarita porque eu queria uma mulher que realmente valesse oito vacas".
E só então a jornalista percebeu o que Sarita já sabia: para Johny Lingho, ela era a mais preciosa de todas as mulheres.
Essa foi a indelével lição que Jhonny Lingho deixou a todos os homens e mulheres sobre o valor intrínseco de cada ser humano: o seu tesouro é o que seu coração valoriza. "Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração." (Mt 6.21)
Feliz Dia Internacional da Mulher!
Pr. Benjamin de Souza
São Luís, 08/03/2025
