A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados aprovou proposta que regulamenta as profissões de Agente IndÃgena de Saúde (AIS) e de Agente IndÃgena de Saneamento (Aisan).
Segundo o texto, para exercer as funções de AIS ou de Aisan, o profissional deverá ser indÃgena, residir na área da comunidade de atuação, ter idade mÃnima de 18 anos, dominar a lÃngua da comunidade e conhecer os costumes e sistemas tradicionais de saúde do povo indÃgena.
Será exigida ainda a conclusão do ensino fundamental e de curso de qualificação especÃfico definido pelo Ministério da Saúde.
O Agente IndÃgena de Saúde atuará na prevenção de doenças e na promoção da saúde das populações indÃgenas. As ações serão domiciliares ou comunitárias, individuais ou coletivas, seguindo as diretrizes do SUS. Os AIS devem atuar para prevenir doenças, monitorar a saúde dos indÃgenas, prestar primeiros socorros e mobilizar as comunidades.
Já o Agente IndÃgena de Saneamento trabalhará com a mesma finalidade atuando especificamente em saneamento básico e ambiental. Entre as atribuições do Aisan estão o monitoramento e a manutenção de sistemas de saneamento e ações de saneamento para prevenir doenças.
Mudanças no texto
Relator na comissão, o deputado Airton Faleiro (PT-PA) defendeu a aprovação do substitutivo da Comissão de Saúde para o Projeto de Lei 3514/19, da ex-deputada Joenia Wapichana, com subemendas.
As mudanças do relator permitem que os profissionais de saúde indÃgena tenham outros empregos com horários compatÃveis, além de ampliar para quatro anos o prazo para AIS e Aisan se adequarem às novas leis.
Faleiro destaca que a Nota Técnica 23/24, da Coordenação-Geral de Demandas de Órgãos Externos da Saúde IndÃgena, sustenta que o prazo de adequação deve considerar que a Secretaria de Saúde IndÃgena atua em áreas remotas e de difÃcil acesso.
"A ampliação para quatro anos possibilitará o melhor planejamento das ações de saúde e dos cursos de capacitação dos agentes, sem prejudicar o acesso das comunidades indÃgenas aos serviços", diz o relator.
Por fim, o relator propõe que a contratação dos profissionais seja feita conforme as regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) por meio de parcerias com entidades sem fins lucrativos que apoiam os direitos indÃgenas na saúde, educação e assistência social.
De acordo com o secretário de Saúde IndÃgena, Weibe Tapeba, há cerca 20 mil trabalhadores de saúde em atuação em terras indÃgenas, dos quais mais de 7 mil são agentes indÃgenas de saúde ou de saneamento.
Próximas etapas
A proposta será ainda analisada, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Agência Câmara NotÃcias