
Após um 4T24 decepcionante, analistas revisam projeções para a Braskem (BRKM5) no 1T25. Espera-se alguma recuperação operacional no Brasil e no México, mas a demanda global fraca e os baixos spreads petroquímicos continuam a ser um obstáculo.
O JPMorgan prevê alguma melhora no Brasil, com aumento na taxa de utilização e nos volumes de vendas. Contudo, a precificação dos produtos ainda é um desafio.
Nos EUA e Europa, o mercado antecipa uma leve recuperação na utilização das plantas e nos volumes, embora os spreads devam diminuir cerca de 2% em relação ao trimestre anterior. No México, um aumento na utilização, nos volumes de vendas e nos spreads é esperado, com crescimento estimado de 9%. No entanto, o acúmulo de estoques pode limitar um avanço mais expressivo na receita líquida.
O fluxo de caixa livre (FCF) continua sendo uma preocupação para os analistas. O JPMorgan aponta que a Braskem deve continuar consumindo caixa neste trimestre, mesmo com ajustes operacionais. A empresa espera que o FCF volte a ser positivo somente em 2026, dependendo de uma recuperação mais ampla do setor petroquímico e da estabilização dos custos relacionados às provisões para Alagoas.
A empresa elevou recentemente as provisões para Alagoas em R$ 1,3 bilhão, totalizando R$ 17,7 bilhões, com R$ 12 bilhões já desembolsados.
O ciclo de baixa da indústria petroquímica pode se prolongar por mais tempo do que o esperado, dificultando a recuperação da Braskem no curto prazo. - BTG Pactual.
O BTG Pactual mantém recomendação neutra para a ação BRKM5, com preço-alvo de R$ 14, citando incertezas contínuas. O aumento da capacidade global de produção, especialmente na China, pode manter os spreads sob pressão.
A administração da Braskem planeja manter um plano de investimentos enxuto este ano, priorizando projetos estratégicos, com um capex planejado de US$ 484 milhões (excluindo Bakide). Parte desse investimento será direcionada à ampliação da planta de etano no Rio de Janeiro.
No curto prazo, o mercado está atento à evolução da alavancagem da empresa, que encerrou 2024 acima das expectativas. O aumento da dívida bruta e líquida reforça a necessidade de geração de caixa mais consistente para evitar um cenário de refinanciamento problemático nos próximos anos.
O BTG Pactual menciona a venda da empresa como um possível gatilho para a ação, mas as últimas sinalizações da administração indicam que uma negociação não é iminente. Assim, o desempenho da empresa continuará dependendo dos fundamentos do setor e da adaptação ao cenário macroeconômico global.
Fonte: infomoney