
O PSOL enfrenta uma grave crise interna após as eleições municipais de 2024, nas quais perdeu todas as cinco prefeituras conquistadas em 2020, incluindo Belém. A derrota intensificou as tensões entre a ala majoritária e a minoritária do partido.
Membros da ala minoritária têm expressado forte descontentamento com a liderança da ala majoritária, que frequentemente ocupa os cargos mais altos na Câmara dos Deputados.
Uma das principais controvérsias é a possibilidade de uma federação com o PT, vista pela ala minoritária como uma manobra de Boulos para impulsionar sua carreira política. Essa proposta tem gerado debates acalorados e aprofundado as divisões internas.
O deputado Glauber Braga chegou a considerar a desfiliação do partido, mas não obteve apoio suficiente de outros parlamentares. Fernanda Melchionna, da ala minoritária, declarou que permanecerá no partido, apesar das divergências.
Os aliados de Boulos negam as acusações de que ele esteja pressionando o partido a abandonar seus princípios socialistas. A ala majoritária também nega a intenção de formar uma federação com o PT e acusa a minoria de disseminar fake news.
"As discussões refletem a pluralidade do partido." disse Talíria Petrone, buscando minimizar a crise.
Enquanto isso, Paula Coradi, presidente do PSOL, tem se mantido em silêncio sobre os conflitos, considerando-os "assuntos internos". A liderança na Câmara lamenta a situação e busca unir os parlamentares, mas o futuro do partido permanece incerto diante das profundas divergências ideológicas e políticas.
A crise no PSOL é mais um sintoma da fragmentação da esquerda brasileira, que enfrenta dificuldades para se consolidar como uma alternativa viável ao governo Lula. As disputas internas e as divergências ideológicas enfraquecem o partido e dificultam a construção de uma agenda comum para o país.
Este cenário evidencia a crescente polarização no campo político, onde a esquerda demonstra dificuldades em se unir e apresentar propostas consistentes. A ascensão da direita conservadora, impulsionada por figuras como Bolsonaro, Marçal, Gustavo Lima, Caiado, Tarcísio e outros, representam um desafio adicional para o PSOL e para a esquerda em geral.
Fonte: revistaoeste