
Em declarações contundentes, o ministro do STF, Gilmar Mendes, teceu duras críticas à operação Lava Jato, classificando-a como uma "organização criminosa". As declarações foram proferidas em um evento recente, onde o ministro também defendeu o ministro Alexandre de Moraes das críticas e pedidos de afastamento.
Mendes afirmou que passou a desconfiar da Lava Jato ao notar padrões de abuso, especialmente nas prisões preventivas que, segundo ele, só eram revertidas após as delações. O ministro mencionou a Vaza Jato como um divisor de águas, expondo irregularidades que confirmaram suas suspeitas.
"Fico orgulhoso desse processo que você chamou de desmanche da Lava Jato. Porque era uma organização criminosa. O que eles faziam em Curitiba era criminoso." disse Gilmar Mendes.
O ministro também abordou os ataques a Alexandre de Moraes, que se intensificaram devido à sua atuação no inquérito das fake news. Para Gilmar, as críticas são uma tentativa de afastar o julgador, algo que ele considera inadmissível.
"Ele já foi feito relator do processo e por isso vem sendo agredido. Seria muito fácil para qualquer investigado afastar o julgador em face de impropérios. É disso que se cuida." argumentou Gilmar Mendes.
Gilmar Mendes rejeitou qualquer comparação entre Moraes e o ex-juiz Sergio Moro, argumentando que Moraes não está julgando em causa própria e que Moro se associou a Bolsonaro. O ministro ainda comentou sobre sua relação com o ex-presidente, revelando ter dito a ele que acertou ao contratar Moro e depois "devolvê-lo ao nada".
"Não se pode nem de longe comparar Alexandre com Moro. Moro de fato se associa a Bolsonaro." reforçou o ministro.
Em meio às críticas de aliados de Bolsonaro ao STF, Gilmar Mendes defendeu a atuação da Corte, argumentando que, se houve ativismo, este decorre da própria Constituição e do modelo constitucional brasileiro.
Fonte: revistaoeste