A China elevou as tarifas sobre produtos americanos em 125%, desencadeando uma onda de aversão ao risco nos mercados globais. A medida é uma resposta às políticas comerciais de Donald Trump, que aumentou as tarifas sobre produtos chineses para 145%.
O movimento desta sexta-feira encerra uma semana de alta volatilidade, com investidores buscando segurança em outros ativos. O dólar registrou sua maior queda em mais de dois anos, impulsionada pela expectativa de que o Federal Reserve terá que cortar juros para mitigar o impacto das tarifas americanas. Até mesmo os títulos do Tesouro de longo prazo recuaram.
Em busca de segurança, o iene avançou 1,6%, atingindo seu nível mais forte desde setembro, cotado a 142,18 por dólar. O franco suíço também valorizou, atingindo patamares não vistos desde 2015, enquanto o ouro renovou sua máxima histórica. O euro atingiu US$ 1,1473, o maior valor desde fevereiro de 2022.
O agravamento das perspectivas para a economia americana contrasta com as expectativas de que o retorno de Trump à Casa Branca traria corte de impostos e aceleração do crescimento. A incerteza sobre os próximos passos da política comercial americana continua a assombrar os investidores.
"Salvo algum desfecho iminente, o mercado tende a continuar no caminho de menor resistência ? a saída do dólar." disse Rodrigo Catril, estrategista do National Australia Bank em Sydney.
"O discurso de abandono dos ativos americanos e venda de dólar deve continuar enquanto as tensões comerciais permanecerem elevadas." complementou Catril.
A fuga dos ativos americanos está aumentando a volatilidade cambial. O custo para proteger operações contra oscilações nas principais taxas de câmbio está em alta, com a volatilidade do euro no maior nível desde 2020 e a do franco suíço nas máximas desde 2016. Enquanto isso, o governo brasileiro observa atentamente, buscando oportunidades em meio à crise.
Essa situação exige atenção redobrada dos investidores e formuladores de políticas, pois as tensões comerciais e a desvalorização do dólar podem ter impactos duradouros na economia global e, por conseguinte, no mercado brasileiro.
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