As ações da Natura&Co (NTCO3) sofreram um forte impacto no mercado, levando analistas a reavaliarem suas posições. Após a divulgação dos resultados do 4º trimestre de 2024, o Bradesco BBI e o JPMorgan emitiram pareceres sobre o futuro da empresa.
O Bradesco BBI inicialmente manteve uma recomendação de outperform, equivalente à compra, mas expressou preocupações com a falta de clareza sobre a pressão na margem bruta e os custos de transformação da empresa. Os analistas do BBI questionaram se a queda nas ações era justificada pela revisão do lucro por ação.
O JPMorgan, por outro lado, rebaixou a recomendação para neutro, reduzindo o preço-alvo de R$ 21 para R$ 11. A decisão foi motivada pelas surpresas negativas nos resultados do 4º trimestre, que ficaram abaixo das expectativas. Os analistas do banco expressaram frustração com a falta de melhorias consistentes nas margens da América Latina.
Ainda segundo o JPMorgan, a recorrência de eventos pontuais e a falta de visibilidade no médio e longo prazos também contribuíram para a revisão da recomendação. O banco reduziu sua estimativa de lucro por ação ajustado em aproximadamente 30%, refletindo as tendências de margem bruta mais suaves e as despesas mais altas.
O BBI ressaltou que, no ambiente de mercado atual, os investidores têm demonstrado maior aversão a notícias negativas, o que pode ter contribuído para a queda acentuada das ações da empresa.
"Ainda não está claro para nós se a pressão da margem bruta da Argentina é mais de natureza contábil ou operacional, e se há alguma transferência para 2025" apontaram os analistas do BBI.
"Reconhecemos que as reviravoltas e integrações são inerentemente não lineares e muitas vezes confusas, levando à volatilidade dos lucros" afirmaram os analistas do JPMorgan.
Diante desse cenário, o mercado financeiro acompanha de perto os próximos passos da NTCO3, aguardando sinais mais claros de recuperação e melhoria nos resultados operacionais. O futuro da empresa dependerá da capacidade de superar os desafios atuais e restabelecer a confiança dos investidores.
Apesar do cenário desafiador, o JPMorgan acredita que o desinvestimento das operações da Avon International pode ser um catalisador positivo para a empresa no curto prazo. No entanto, a falta de uma triagem saudável na América Latina dilui essa tese.
Investidores e analistas permanecem atentos aos próximos capítulos dessa história, buscando sinais de que a Natura&Co poderá reverter o quadro atual e retomar o caminho do crescimento sustentável no mercado.
infomoney