
O Banco Central (BC) se prepara para elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, conforme a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) se aproxima, agendada para os dias 18 e 19 de março. A medida tem como objetivo conter a persistente alta dos preços no país.
Com o ajuste, a Selic saltará de 13,25% para 14,25% ao ano, equiparando-se aos níveis de julho de 2015, período de crise durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. A elevação da taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, encarecendo o crédito e desestimulando o consumo.
As projeções do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus, indicam que a Selic poderá atingir 15% ao ano ainda no primeiro trimestre de 2025, mantendo-se nesse patamar até o final do ano. Sob a gestão de Gabriel Galípolo no Banco Central, a expectativa é que a taxa dificilmente recue para um dígito.
O aumento de 1,31% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em fevereiro reforçou a necessidade de ajustes na Selic. Este será o quinto aumento consecutivo desde o início do ciclo de aperto monetário em setembro de 2024, quando o BC interrompeu os cortes na taxa e iniciou as elevações, primeiramente em 0,25 ponto percentual.
O governo Lula tem expressado fortes críticas à política de juros altos. O ministro Luiz Marinho classificou a medida como "imbecilidade", defendendo estímulos ao crescimento econômico como alternativa para controlar a inflação.
"Imbecilidade." disse o ministro Luiz Marinho.
A alta da Selic tende a encarecer o crédito, impactando o consumo e os investimentos, o que pode levar a uma desaceleração da economia e, consequentemente, a uma queda nos preços. O Ministério da Fazenda projeta um crescimento de 2,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, enquanto o Banco Central estima 2,1%.
O IPCA acumulado em 12 meses já ultrapassa a meta de 4,50%, atingindo 5,06%. Caso a inflação continue em ascensão até junho, a meta anual não será cumprida, gerando preocupação no governo devido ao aumento dos preços dos alimentos.
Para 2025, a meta de inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O Banco Central admite que a inflação poderá exceder o limite máximo por até seis meses, o que exigirá uma justificativa formal ao Ministro da Fazenda.
Fonte: revistaoeste