A polêmica sobre os gramados sintéticos no futebol brasileiro ganha novos capítulos. Enquanto alguns defendem a modernização e a uniformidade proporcionada pelos pisos artificiais, outros clamam pela tradição e pelos benefícios dos gramados naturais. A discussão promete ser acalorada ao longo de 2025.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou estudos sobre os impactos dos gramados sintéticos, buscando embasar a discussão com dados técnicos. O médico Jorge Pagura, chefe da Comissão Nacional de Médicos do Futebol, foi o responsável por apresentar os resultados.
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, clube que adotou o gramado sintético no Allianz Parque em 2020, defendeu o uso do material, questionando a suposta comprovação científica de que ele prejudica os atletas. O Palmeiras, inclusive, é um dos seis clubes que participarão ativamente do debate ao longo do ano, ao lado de Flamengo, Fortaleza, Internacional, São Paulo e Vasco.
"Foi falado sobre o gramado sintético, o doutor Pagura fez uma bela apresentação, era o estudo que a CBF fez sobre a diferença de um gramado para outro. E, concluindo, não existe nenhuma comprovação de que o gramado sintético causa qualquer dano para o atleta." afirmou Leila Pereira.
A dirigente palmeirense aproveitou para criticar a qualidade dos gramados naturais no Brasil, argumentando que a comparação com os campos europeus é inviável. Para ela, um gramado sintético de primeira linha é preferível a um campo natural esburacado.
"A gente tem que discutir, sim, a qualidade dos gramados no Brasil, não se o sintético é melhor do que o natural. Porque o problema é o seguinte: não é possível você comparar gramados europeus com a situação brasileira. É muito melhor você ter um gramado sintético de primeira linha do que jogar em gramados naturais esburacados" completou Leila.
Em contrapartida, jogadores de diversos clubes se manifestaram contra a utilização do piso sintético, defendendo o retorno ou a manutenção dos gramados naturais. Através de um manifesto, os atletas argumentam que, em ligas de alto nível, os jogadores são ouvidos e há investimentos para garantir a qualidade dos gramados naturais.
A discussão sobre os gramados promete ser um tema constante ao longo da temporada, sem uma definição imediata sobre a manutenção ou proibição dos sintéticos. A pressão dos jogadores e a defesa de clubes como o Palmeiras mostram que a questão está longe de ser resolvida.
O debate reacende a discussão sobre a qualidade do futebol brasileiro e as condições de jogo oferecidas aos atletas. Enquanto a modernização avança, a tradição resiste, e o futuro dos gramados no Brasil segue incerto.
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