
O Brasil tem visto um aumento alarmante nos afastamentos do trabalho devido a transtornos mentais. Dados do Ministério da Previdência Social, obtidos pelo G1, revelam um crescimento de mais de 400% nesses afastamentos desde o início da pandemia de Covid-19.
Em 2024, foram registradas 472.328 licenças, um salto significativo em comparação com as 91.607 de 2020, ano marcado pelo auge da crise sanitária. Esse número representa o maior da série histórica, iniciada em 2014, quando 221.721 licenças foram concedidas.
O INSS recebeu mais de 3,5 milhões de pedidos de licença médica no ano passado, com uma parcela considerável motivada por transtornos mentais. A duração média desses afastamentos foi de três meses, com um custo estimado superior a R$ 3 bilhões.
Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro lideram em número absoluto de afastamentos. No entanto, o Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentam os maiores índices quando ajustados pela população.
No Rio Grande do Sul, as severas enchentes de 2024 podem ter contribuído para o aumento das licenças, dada a situação de desalojamento de milhares de pessoas e o impacto psicológico decorrente.
As mulheres representam a maioria dos trabalhadores afastados por transtornos mentais (64%), com uma idade média de 41 anos e diagnósticos predominantes de ansiedade e depressão.
O governo federal está atento a essa escalada e discute medidas para mitigar o problema. O Ministério do Trabalho anunciou a atualização da Norma Regulamentadora 1 (NR-1), visando fiscalizar as empresas e aplicar multas em caso de falhas na prevenção de riscos à saúde mental dos funcionários.
Fonte: infomoney