O mercado global de ações enfrenta uma forte turbulência, com quedas generalizadas em diversos setores. A preocupação com os impactos de uma possível guerra comercial na economia mundial tem levado investidores a buscarem refúgio em títulos de curto prazo, ouro e moedas consideradas mais seguras. O petróleo também registra baixa.
Na tarde de ontem, o Dow Jones recuava 1,45%, o S&P 500, 1,09%, e o Nasdaq, 0,52%. O S&P 500 apagou um rali pós-eleição de US$ 3,4 trilhões. As quedas se estenderam de Nova York a Londres e Tóquio, refletindo o impacto das novas tarifas impostas pelos EUA sobre produtos da China, Canadá e México, que geraram rápidas retaliações.
A tensão comercial tem intensificado as preocupações sobre o crescimento econômico global. Operadores já precificam cortes nas taxas pelo Federal Reserve em 2025.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, demonstrou confiança nos planos tarifários, mesmo diante da queda do mercado de ações.
"Onde está o Trump Put? Em que nível de "dor" do mercado a administração reverteria o curso?" questionou Tom Essaye, do The Sevens Report.
Nancy Tengler, da Laffer Tengler Investments, acredita que estamos no meio de uma correção de mercado, impulsionada pelas tarifas. Ela enfatiza a importância de avaliar a duração dessas tarifas para determinar se esta é uma oportunidade de comprar ações a longo prazo.
"Desta vez, é claro, é estimulado pelas tarifas", disse Nancy Tengler.
Clark Geranen, da CalBay Investments, alerta para a dificuldade de tomar decisões de investimento baseadas em notícias sobre tarifas e recomenda evitar movimentos drásticos de portfólio neste momento, considerando que a duração das tarifas ainda não está clara.
Chris Zaccarelli, da Northlight Asset Management, observa que o mercado está começando a levar a sério a gestão Trump e a percepção de que as tarifas não são apenas uma tática de negociação.
"A cautela que temos defendido o ano todo foi amplamente ignorada pelo mercado, mas nada do que está acontecendo hoje é uma surpresa ? essas tarifas foram bem telegrafadas ? mas os investidores não estavam dispostos a acreditar que Trump estava falando sério, embora ele tenha dito muitas vezes que era isso que ele faria", disse Chris Zaccarelli.
Victoria Greene, da G Squared Private Wealth, acredita que os mercados podem piorar antes de melhorar, com investidores recalibrando as tarifas como uma realidade de longo prazo e preocupações sobre os lucros corporativos. Dan Wantrobski, da Janney Montgomery Scott, alerta para a possibilidade de grandes movimentos no mercado e recomenda atenção aos sinais de pânico.
O Goldman Sachs estima que consultores de negociação de commodities venderam cerca de US$ 23 bilhões em ações globais na semana passada e preveem mais vendas na próxima semana. Andrea Ferrario, estrategista do Goldman Sachs Group Inc., observa que o sentimento em torno dos lucros do S&P 500 está negativo, mesmo com uma forte temporada de resultados do quarto trimestre.
Fonte: infomoney
