Christian Keleti, CEO da Alpha Key, expressou preocupação com a situação do mercado de ações brasileiro. Segundo ele, as recompras de ações, principalmente no último ano, têm reduzido a liquidez do mercado.
Keleti destaca que essas recompras incluem aquisições feitas pelos próprios donos das empresas, como pessoas físicas, o que não é contabilizado oficialmente. Somando-se a isso, a saída de ações do free float, a deslistagem de empresas e a depreciação de preços, o resultado é alarmante.
"A grosso modo representa R$ 1,7 trilhão o free float (na bolsa) hoje ou cerca de US$ 300 bilhões, excluindo a Petrobras. Ficou muito pequeno", diz Keleti.
Para o CEO, essa situação indica uma baixa exposição de investidores, como alocadores de investimentos, agentes autônomos e pessoas físicas, na Bolsa brasileira.
"O pessoal está em criptomoeda, renda fixa, NTN-B e fundos, mas não está na Bolsa. E os alocadores estão fazendo resgate da Bolsa (brasileira) para aplicar em outros mercados", afirma Keleti.
Keleti também aponta uma grande assimetria de mercado, com empresas líderes apresentando capitalização de mercado baixa. Ele cita o agronegócio como exemplo de setor pujante com pouca representatividade na Bolsa.
"É frustrante saber que o mercado de capitais é onde o empresário pode ter o dinheiro mais barato para ele poder crescer, investir, contratar", destaca Keleti.
Um levantamento da Alpha Key mostra uma redução no número de empresas listadas na bolsa, de 385 para 335, com quase metade delas tendo valor de mercado inferior a US$ 300 milhões. A perspectiva para novos IPOs, segundo Keleti, é de longo prazo.
A redução significativa do free float, aliada à saída de investidores, preocupa o mercado. A baixa capitalização de empresas líderes, mesmo em setores promissores como o agronegócio, representa um desafio para o crescimento econômico do Brasil e impacta diretamente o acesso ao crédito barato para empresas.
Fonte: infomoney
