No Amazonas um paradoxo se desenha: de um lado, a imensidão de recursos naturais, a riqueza cultural e um potencial econômico inestimável; do outro, uma realidade marcada por desafios estruturais, falta de investimentos em políticas públicas eficientes e a perpetuação de falácias políticas que mascaram os problemas.
Mais uma vez trago aos amigos leitores desta coluna um tema sobre artimanhas usadas corriqueiramente no Brasil para fazer a política do mais do mesmo, visando o engano alheio. Desta forma, dando permissão para uma governança sem empatia para as mazelas existentes.
Por aqui, realmente parecemos viver numa ilha, pelo menos na questão da trafegabilidade, onde só podemos nos movimentar através de embarcações e por meio de aeronaves, também estamos encapsulados e adormecidos numa bolha de um "mundo de faz de contas", onde os devaneios dasmentes permitem a degradação da nossa sociedade.
Relembrando a série de televisão, a Ilha da Fantasia, exibida no Brasil entre as décadas de 1970 e 1980, onde havia uma manipulação de ambientes e pessoas, com cenários inusitados e, muitos deles, tão perigosos e irreais, quanto os sonhos das pessoas, que pagavam para realizá-los. Ao final do período da hospedagem, sempre voltavam para a vida real com a certeza de que aquela fantasia não era a resposta que eles estavam buscando, muitos voltavam decepcionados, outros felizes porque a fantasia tinha acabado e eles tinham saído do perigo.
Voltando para o mundo real, convoco a ética para essa reflexão. Na origem grega da palavra, ética tem a representação de caráter, esta deveria sempre nortear as ações do gestor público ao administrar o bem público. Deixando de lado as vaidades pessoais para pensar no coletivo, aliás, esse é um dos princípios basilares da Administração Pública: a imparcialidade.
O Amazonas enfrenta uma combinação de desafios em segurança pública, educação e saúde que são agravados por questões geográficas. Mesmo com tanta publicidade na mídia, percebemos com clareza a necessidade real das pessoas. O engano dos "auxílios", que a cada dia tira a capacidade das pessoas de reagirem aos desafios da vida,conduzem-nas a acreditarem nesse modelo imobilizador em vez de libertador, e ao mesmo tempo, faz calar a voz, inibindo o direito de questionar os resultados da administração nas três esferas de governo.
Há muito a ser feito para garantir melhores condições de vida para a população do estado, especialmente em áreas remotas e vulneráveis. A integração de políticas públicas mais eficazes, investimentos em infraestrutura e um maior foco no combate às desigualdades são essenciais para melhorar a qualidade de vida no estado.
Espero que a prática da manipulação de dados, na construção de falácias arquitetadas e amplamente divulgadas que causam embriaguez no povo e os fazem estar insensíveis, dormentes às mazelas dos desserviços oferecidos sejam superadas com o anseio em construir uma vida de qualidade. Mas, precisamos querer a mudança.
Todos , habitantes deste estado, com proporções continentais, precisamos fazer nossa voz ser ouvida. Lembre-se, o voto é uma arma precisa. Cada amazonense tem o direito e o dever de acompanhar passo a passo as ações do serviço prestado. No entanto, a narrativa política insiste em manter a ilusão de avanço, criando uma verdadeira "Ilha de Fantasia", onde promessas substituem soluções concretas.
O desafio é romper com esse ciclo de ilusão e exigir políticas que priorizem de fato o bem-estar da população, garantindo um futuro menos desigual e mais justo para todos.
Dan Câmara é Deputado Estadual, Presidente da Comissão de Segurança Pública, acesso à Justiça e Defesa Social na ALEAM, Presidente da Comissão de Justiça e Segurança Pública da UNALE, Cofundador da Força Nacional de Segurança especialista em Planejamento Estratégico, Presidente de honra do Clube militar dos veteranos.
