Quando o Duque de Wellington derrotou Napoleão em Waterloo, logo depois da batalha, a notícia da sua grande vitória foi enviada de barco até chegar a Londres. Naquele tempo, não existiam meios de comunicação de massa, de modo que foi usada uma sinalização visual utilizando bandeiras, do alto da catedral de Winchester. O sinal começou a ser transmitido com aquela importante notícia, mas os observadores ansiosos apenas conseguiram ler: "Derrotado..." – pois o nevoeiro (fog londrino) encobriu tudo.
Então, esta trágica notícia começou a se espalhar por toda a cidade de Londres – Wellington tinha perdido! O sentimento de insegurança e medo tomou conta do povo. Porém, logo que o nevoeiro se dissipou, o sinal foi transmitido novamente; e agora, os londrinos puderam ler toda a mensagem: "Napoleão foi derrotado". Que diferença! A alegria foi geral entre o povo.
De certo modo, nas lutas da nossa vida, não nos damos conta de que algumas palavras da sentença final estão faltando, pois o "nevoeiro" da vida ainda pode estar encobrindo a verdade total que precisa ser vista e celebrada.
Hoje em dia, não são poucas as pessoas decepcionadas com a vida que levam, em face das grandes lutas que enfrentam, quer seja pelos poucos resultados obtidos de seus esforços, ou em razão de suas humilhantes derrotas pessoais. Alguns se queixam da falta de respostas que suas religiões oferecem quanto à esperança futura, que não as levam a lugar algum, especialmente quando adversidades intransponíveis lhes atingem. É como se a mensagem final fosse: "Derrotado..."
Há aqueles que, por perderem a esperança, vivem assaltados pelo medo. Alguns, porque tentaram e falharam, vivem deprimidos; outros, porque desistiram de tentar, acalentam tendências suicidas. Assim, muitos deixam de crer na esperança de vitória.
Mas de que esperança estão a precisar e o que devem fazer para obtê-la? Será que há alguma esperança na qual possam colocar a sua confiança?
A esperança de que todos precisam tem de abranger uma dimensão que aponte soluções para o futuro e dê respostas à vida presente. Por isso, ela não deve encerrar nenhum sentido de incerteza.
No conceito bíblico, a esperança sempre significa uma expectação confiante de que a vitória final é daqueles que confiam em Cristo. Quando o apóstolo Paulo escreveu a Tito acerca da "bendita esperança" do Evangelho, por exemplo, ele o exortava a que dirigisse o olhar para adiante, para a "feliz expectativa" da "manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tt 2.13).
Paulo não embalava a menor ideia de incerteza no tocante a esse fato, assim também como falava com absoluta convicção da vitória final de Jesus sobre o pecado, sobre a morte e sobre Satanás. Ele falava também do poder de Jesus de mudar a nossa vida, perdoar os nossos pecados e nos fazer participantes dessa mesma esperança.
Quando o homem pecou, Deus tratou da questão da maldição que isso traria, mas também assegurou a bendita esperança de que Alguém surgiria para redimir a raça humana (Gn 3.15).
Por isso, o Evangelho de Cristo propõe uma dupla esperança:
(1) No futuro (eschaton), vinculado ao retorno de Cristo para reinar na Terra, à ressurreição do corpo e ao aniquilamento do pecado, da dor e de todos os outros tipos de males do mundo (Ap 21.1-4). Isso inclui a esperança da perfeição final dos "filhos do Reino" por causa da presença gloriosa de Deus conosco.
(2) Aqui e agora, com uma vida nova e abundante, como disse Jesus: "Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância" (Jo 10.10). Esta é uma vida plena metaforizada na imagem de uma fonte sempre a jorrar, como falou Jesus: "Aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna" (Jo 4.14).
Paulo fala sobre a importância da esperança cristã: "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor; porém, o maior destes é o amor" (1Co 13.13). Ele coloca a esperança em conjunção ímpar com o amor e a fé, assim como num banco de três pernas, onde cada perna é imprescindível ao equilíbrio. Se apenas uma quebrar, o banquinho cai. Da mesma forma, na vida, precisamos da fé que se torna em visão do caminho a ser percorrido, da esperança que se transforma em concretização de sonhos e aspirações de vitória, e do amor que fundamenta toda a ação de uma vida plena.
Saiba que, em todas as instâncias da vida, a Bíblia, inspirada por Deus, é adequada para dar-nos a resposta sobre a verdadeira esperança de quem vencerá a batalha final, aqui e na eternidade.
Fortaleça a sua esperança na meditação da Palavra de Deus, que traz a boa notícia da vitória final de Cristo Jesus e da nossa reunião com Ele em Seu Reino eterno (1Ts 4.13-18). Assim, volte a sua atenção para a obra perfeita que Cristo realizou com Sua morte e ressurreição, e a finalizará na Sua vinda gloriosa. E tenha firme no coração a mensagem final: "Os inimigos (Satanás, Pecado, Morte) foram derrotados!" Creia, falta pouco; e a vitória é nossa em Cristo Jesus!
São Luís, 25.05.2024
Fonte: Bíblia
