
Nestes primeiros meses do ano, tive o privilégio de mais uma vez visitar parte dos municípios do Amazonas e mais uma vez presenciar a situação dos portos e aeroportos que essas cidades possuem. Sinceramente, nem podemos denominar as estruturas existentes com esses nomes. Na maioria das cidades o porto não passa de umabeirada de rio com acessos por cima de tábuas de madeiras que levam até as embarcações, que mal conseguem atracar.
Em Codajás, há meses o acúmulo de material represado no Porto está forçando a estrutura, com risco de ruptura dos cabos que prendem a plataforma de ancoragem. Passamos por Canutama (614km da capital), onde o DNIT anunciou que as obras emergenciais estavam em pleno andamento, mas constatei que a realidade é que o porto está rompido e inoperante. Em Autazes, o porto, está fechado desde a vazante, em razão de um desbarrancamento, além de rachaduras no solo e risco de desabamento. Em Borba, um acidente recente de colisão danificou a plataforma de embarque e desembarque
Há cidades em que o Porto foi instalado em um lugar totalmente inadequado, distante do melhor ponto de ancoragem, como aconteceu em Novo Airão.Grande parte dos interiores está assim e a Superintendência parece manejar o problema com decretos de emergência, o que não resolve nada.
Também não dispomos de uma malha aeroviária boa e o frete aéreo, quando acessível ao município, é infinitamente mais caro que o fluvial e o terrestre. As mudanças climáticas, que talvez devêssemos chamar de nova realidade climática, estão nos cobrando ações preventivas, o que passa fundamentalmente pelo transporte.
Os habitantes desse estado são pessoas aguerridas, que não se abalam com os desafios que lhes são impostos. Viajar por aqui é caro, demorado e perigoso. Por mais acostumado que estejamos, não podemos agir com passividade. Achando que não tem jeito.
Pretendo levar essa bandeira, o transporte interno no amazonas, para uma reunião na capital federal com os ministérios dos Transportes, dos Portos e Aeroportos, da Integração Regional e com a Superintendência Nacional do DNIT. Todos esses órgãos federais já foram acionados formalmente, através de ofícios e requerimentos indicativos, sobre as situações enfrentadas pelo Amazonas
Ainda ressalto a urgência de tornarmos a BR 319 trafegável de forma digna com segurança e estruturas necessárias comuns a qualquer rodovia brasileira. Minha inquietação sobre a atual situação do Amazonas é grande e não ficarei de braços cruzados sem agir.
A trafegabilidade ágil, sem empecilho, facilita o transporte de pessoas doentes, permite o acesso rápido de agentes operadores da segurança públicaaos municípios, reduz os altos custos com a alimentação em todo o estado, fortalece a economia local.
Quando os justos se calam, há uma onda de destruição na vida de milhares de pessoas, não podemos nos calar para a atual situação que vivemos. Eu e você somos agentes de transformação da nossa vida e na vida do próximo.
Sigamos firmes com fé em Deus e foco na missão que recebemos!
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