
"A importância do Ministério da Justiça e da Segurança Pública na proteção socioambiental na Amazônia Legal: os grandes desafios" foi a palestra do delegado, que abriu a programação do evento. Questões estratégicas à segurança na Amazônia Legal foram abordadas, como garimpo ilegal e terra indígena.
"Hoje, o grande incentivador e financiador da criminalidade ambiental é o narcotráfico, que não trabalha apenas com facções criminosas nacionais; estamos enfrentando falanges transnacionais", declarou o diretor da PF. Ele argumentou que a falta de fiscalização e de políticas nacionais de meio ambiente e de combate ao crime organizado, vivida nos últimos anos, incentivaram o chamado narconegócio.
Extração mineral, exploração madeireira e pesca ilegais são financiados pelo dinheiro do tráfico. O contexto atualmente vivido na Amazônia mostra que os povos originários e a população nativa e ribeirinha na Amazônia são diretamente impactados pelo crime organizado, que diversifica seus negócios e lava dinheiro nos crimes ambientais. "Hoje falamos do ouro de sangue, porque a extração desse ouro custa a vida dos povos indígenas", afirmou o palestrante.
"Estamos focando na descapitalização das organizações criminosas e alcançando não só quem pratica o crime diretamente, no local do crime, mas toda essa superestrutura que financia e dá também infraestrutura aos crimes ambientais; muitas vezes a aeronave que leva o ouro extraído ilegalmente traz a droga para o território nacional e transporta jovens, sob o argumento de se tornarem cozinheiras em garimpos, o que mascara uma rede de exploração e escravidão sexual", disse o delegado Humberto.
Novas estratégias de combate
O Diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Federal aponta a criação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia será a principal estratégia de combate, tanto ao narcotráfico, quanto aos demais narconegócios ambientais. O Centro terá sede em Manaus e será formado pelos nove estados da Amazônia e pelos países da Amazônia internacional, com instalação prevista para acontecer ainda em 2024.
O deputado Comandante Dan (Podemos), presidente da Comissão de Segurança da Aleam e promotor do evento apontou, como estratégia de suporte ao Centro de Cooperação Internacional, a criação, no Amazonas, de um Centro Integrado de Operações de Fronteira (CIOF), a ser sediado em Tabatinga, a 1.114 quilômetros de Manaus, onde há a entrada da droga no país.
O deputado Dan lembrou que a conquista foi um pedido de seu
Gabinete ao Secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. "O Secretário Mário Sarrubbo percebeu a urgência que os cenários demandam e já ordenou à equipe técnica do Ministério que inicie as tratativas, que terão a participação da Comissão de Segurança Pública da Aleam", declarou o deputado.
Reaparelhamento, infraestrutura, novas unidades e incremento de efetivo serão os eixos estruturantes da ação da Polícia Federal. O Seminário está aberto a todos os interessados e acontece até a sexta-feira, 24, no Auditório Belarmino Lins, da Aleam. A participação é gratuita.
Fonte: Aleam