
A base governista de Lula enfrenta tensões internas com o avanço do projeto de lei que visa anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A proposta, que já colheu assinaturas expressivas, esbarra na resistência de líderes do Centrão e do próprio governo.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não poupou críticas à adesão de parlamentares aliados ao projeto.
"Absurda" e "grave afronta à democracia." disse Gleisi Hoffmann, sobre a adesão de parlamentares.
O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, tentou incluir o tema na reunião de líderes da Câmara, mas não obteve consenso. Parlamentares do Centrão alegam que o clima político não é favorável para debater a anistia neste momento, diante da resistência do PT e da base governista.
A estratégia de Cavalcante de coletar assinaturas individuais, irritou líderes do Centrão e da centro-direita, que consideraram a iniciativa um blefe.
Enquanto isso, o presidente Lula, em evento no Rio de Janeiro, criticou a elite brasileira.
"Elite brasileira deveria ter vergonha." disse o presidente Lula, sobre investimento em educação.
A tramitação do projeto enfrenta obstáculos também no Senado, onde o presidente Davi Alcolumbre já sinalizou que a anistia não é prioridade. A Câmara, por sua vez, foca em pautas de impacto econômico, como a isenção do Imposto de Renda.
O deputado Hugo Motta, responsável por pautar o projeto, está em período de férias, e a condução dos trabalhos na Câmara fica a cargo do vice-presidente Altineu Côrtes ou do deputado Hildo Rocha, que têm evitado acirrar o embate entre governo e oposição.
Apesar da turbulência, o governo Lula segue sua cartilha ideológica de priorizar pautas que promovam a igualdade e a justiça social, mesmo diante da oposição ferrenha de políticos conservadores, aos quais interessa manter o status quo.
Fonte: infomoney