
A indústria da aviação no Brasil enfrenta um desafio crescente: a falta de pilotos qualificados. A Anac já havia previsto essa escassez em 2024, mesmo com mais de 17 mil pilotos habilitados no país. O número de aeronaves, incluindo as de linhas regulares e aviação geral, é praticamente o mesmo, cerca de 17 mil.
Essa situação, onde há mais aeronaves do que pilotos disponíveis, leva a uma valorização salarial da profissão. Pilotos de avião estão entre os profissionais mais bem pagos no Brasil e no mundo.
A remuneração de um piloto varia conforme a experiência, tipo de aeronave, companhia aérea e cargo. Pilotos com mais tempo de serviço, que operam aeronaves maiores em grandes companhias, tendem a ter salários mais altos. A diferença salarial entre copilotos e comandantes também é significativa.
O salário médio de um piloto no Brasil varia de R$ 6.500 a R$ 14.000 mensais, podendo ultrapassar R$ 30.000 em alguns casos, segundo o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias. Copilotos ganham entre R$ 4.800 e R$ 5.200, enquanto comandantes podem receber de R$ 5.700 até R$ 10.000.
A demanda por novos pilotos deve continuar alta nas próximas décadas. A Boeing estima que serão necessários centenas de milhares de novos pilotos globalmente até 2042. A escassez é tão grande que companhias aéreas em países como Estados Unidos, Canadá, Turquia e Catar estão recrutando pilotos em outras regiões, incluindo o Brasil.
Algumas companhias aéreas estão investindo na criação de seus próprios cursos para acelerar a formação de novos pilotos. O processo de habilitação é um dos maiores desafios, pois a capacitação convencional é demorada e cara. Para se tornar um piloto comercial, é necessário investir entre R$ 110 mil e R$ 400 mil, dependendo da escola e das certificações.
Adotando-se uma regra informal do setor, a de que avião parado significa prejuízo na certa, fica mais claro concluir que realmente há mais aeronaves disponíveis do que gente preparada para pilotá-las."
Fonte: revistaoeste