
O MEC (Ministério da Educação) divulgou que apenas seis cursos de medicina alcançaram a nota máxima (5) no Conceito Preliminar de Curso (CPC) em 2023. A avaliação, conduzida pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), é um dos principais indicadores da qualidade do ensino superior no Brasil.
A maioria dos cursos de destaque são de instituições privadas sem fins lucrativos, concentradas em São Paulo. Apenas uma instituição pública estadual figura na lista.
O CPC avalia o desempenho dos alunos no Enade, o valor agregado ao desenvolvimento acadêmico, a qualificação do corpo docente e a avaliação dos estudantes sobre a infraestrutura e organização pedagógica. As notas variam de 1 a 5, sendo 1 e 2 consideradas insatisfatórias.
Apesar do predomínio de instituições privadas com nota 5, as universidades públicas apresentaram um desempenho proporcionalmente superior. Entre as instituições privadas, 9% receberam CPC 1 ou 2, enquanto 39% ficaram entre 4 e 5. Nas públicas, 4,5% ficaram com CPC 1 ou 2 e 48,2% obtiveram notas 4 ou 5.
Os cursos com CPC 1 ou 2 passarão por nova avaliação in loco pelo Inep e, caso mantenham o baixo desempenho, poderão sofrer sanções, como assinatura de termo de compromisso, prazo para corrigir deficiências e, em caso de descumprimento, suspensão ou extinção do curso.
Em 2023, foram avaliados cursos nas áreas de saúde, engenharia, arquitetura, agronomia e tecnólogos diversos.
"É muito semelhante àquilo que se fala quando um avião cai: uma conjunção de fatores", explica Fernando Polastro, voluntário e um dos fundadores da Associação Brasileira de Apoio às Vítimas de Erro Médico (Abravem).
Segundo Polastro, a crescente conscientização da população sobre seus direitos é um dos fatores para o aumento no número de processos por erros médicos.
"O próprio Código de Defesa do Consumidor dá essa noção para as pessoas de que o atendimento médico é uma relação de consumo como todas as outras." complementa Fernando Polastro.
Fonte: revistaoeste