Um estudo recente, apresentado na reunião anual da Academia Americana de Neurologia, revelou que é possível reverter sinais precoces do Alzheimer através de mudanças no estilo de vida. A pesquisa, conduzida por cientistas americanos, acompanhou 71 participantes, com 54 recebendo orientações personalizadas para prevenção neurológica e 17 no grupo de controle.
Os pesquisadores analisaram mais de 125 biomarcadores, focando em proteínas específicas que surgem no organismo antes dos sintomas clínicos do Alzheimer. A redução desses marcadores indica uma melhora na saúde cerebral, potencialmente prevenindo o declínio cognitivo irreversível.
As intervenções recomendadas incluíram o controle da pressão arterial, alimentação saudável, exercícios regulares, sono de qualidade, redução do estresse e suplementação nutricional. Participantes que seguiram pelo menos 60% das recomendações foram classificados no grupo de alta adesão.
O estudo BioRAND validou que um estilo de vida saudável pode diminuir o risco de demência, mesmo em pessoas com predisposição genética. Os exames de sangue se mostram um método menos invasivo para o diagnóstico precoce do Alzheimer, substituindo procedimentos como punções lombares e exames de imagem caros.
"Acreditamos que esses biomarcadores podem mostrar como a progressão da doença está sendo modificada biologicamente pelas ações do próprio paciente." disse a autora principal do estudo, Kellyann Niotis.
A longo prazo, a proposta é transformar os exames em uma ferramenta acessível para monitorar o risco e orientar cuidados preventivos desde a meia-idade. Essa iniciativa visa democratizar o cuidado com a saúde cerebral, permitindo que mais pessoas adotem medidas preventivas antes do surgimento dos primeiros sintomas.
"Esses marcadores mostram como o cérebro está respondendo biologicamente às mudanças. Pela primeira vez, conseguimos medir esse progresso com precisão em tempo real." acrescentou Niotis.
O neurologista Richard Isaacson, líder da pesquisa, destacou a importância de tornar o cuidado com a saúde cerebral mais acessível, permitindo que mais pessoas monitorem seu risco e adotem medidas preventivas antes que os sintomas apareçam.
Os resultados deste estudo representam um avanço significativo na busca por formas de prevenir e reverter os efeitos do Alzheimer, oferecendo esperança para o futuro da saúde cerebral.
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