As forças de segurança de São Paulo monitoram atualmente todos os passos de 117 homens suspeitos de violĂȘncia contra a mulher na capital. A ação integra o programa de monitoramento de infratores com tornozeleiras eletrônicas, que fiscaliza detidos que foram soltos em audiĂȘncias de custódia na cidade de São Paulo. Desde 2023, o foco prioritĂĄrio são os suspeitos envolvidos em denĂșncias de violĂȘncia doméstica.
Na prĂĄtica, a cooperação entre a Secretaria da Segurança PĂșblica de São Paulo (SSP) e o Tribunal de Justiça (TJ) vem permitindo à polĂcia coibir a violação de medidas protetivas – ou agir imediatamente no caso de violação. Isso porque os tornozelados por violĂȘncia contra a mulher são monitorados 24 horas, ininterruptamente, no Centro de Operações da PolĂcia Militar (Copom).
Em caso de violação da medida restritiva, uma equipe da PolĂcia Militar é direcionada ao local imediatamente. Além disso, uma policial entra em contato com a vĂtima. Desde 2023, 46 homens envolvidos em violĂȘncia contra a mulher foram presos por desrespeitarem as regras do tornozelamento.
"Quando o juiz pede o tornozelamento, ele determina algumas ĂĄreas em que o indivĂduo não pode adentrar, que a gente chama de ĂĄrea de exclusão", explica a delegada Adriana Liporoni, que coordena as Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) em São Paulo, em entrevista à redação. "Essas ĂĄreas de exclusão incluem a região de residĂȘncia e de trabalho da mulher, por exemplo. É um limite que, se o tornozelado ultrapassar um passo, vai gerar uma notificação no sistema no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), que farĂĄ uma viatura ser deslocada para atender a ocorrĂȘncia imediatamente."
Antes de 2023, as mulheres recebiam medidas protetivas que proibiam qualquer tentativa de aproximação pelos agressores, mas sem nenhum controle efetivo das determinações impostas pela Justiça. Com o monitoramento por georreferenciamento e a parceria da SSP com o TJ, a polĂcia tem acesso em tempo real ao deslocamento dos suspeitos de violĂȘncia contra a mulher que usam as tornozeleiras.
"JĂĄ aconteceu de o agressor avançar para dentro da ĂĄrea de exclusão e a polĂcia, ao se deslocar e fazer a abordagem, encontrĂĄ-lo armado e com a intenção de ferir a mulher", disse Liporoni à redação. "Sabendo que estĂĄ sendo monitorado 24h, o suspeito de violĂȘncia contra a mulher pensa duas vezes antes de fazer qualquer coisa. Ele sabe que a polĂcia sabe onde ele estĂĄ."
O acordo de cooperação entre SSP e o TJ permite o monitoramento de acusados de violĂȘncia contra a mulher, mas também de qualquer outro tipo de crime, incluindo homicĂdios, roubos e furtos. Após deliberação do Poder JudiciĂĄrio nas audiĂȘncias de custódia, os infratores recebem o equipamento no Fórum Criminal da Barra Funda. Além dos 127 suspeitos de violĂȘncia contra a mulher, são monitorados atualmente também outros 139 suspeitos de outros crimes, totalizando 266.
ViolĂȘncia contra a mulher: aplicativo e DDMs também recebem denĂșncias de violação de medidas protetivas
Outra ferramenta aliada de mulheres vĂtimas de violĂȘncia em São Paulo é o aplicativo SP Mulher Segura. Em casos de violação de medidas protetivas, elas podem acionar um botão do pânico pelo aplicativo para chamar as autoridades. A funcionalidade jĂĄ foi acionada 852 vezes entre abril de 2024 a fevereiro de 2025.
O estado dispõe ainda de 141 Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), que também recebem denĂșncias. Para reforçar a assistĂȘncia em plantões ininterruptos, foram implementadas 162 Salas DDM dentro de delegacias da PolĂcia Civil, garantindo acolhimento e atendimento imediato às vĂtimas em diferentes localidades.
Esses espaços são complementares ao atendimento das DDMs e foram criados para atender vĂtimas de violĂȘncia doméstica à distância, prestando apoio e garantindo mais acolhimento. Além das delegacias e salas, as mulheres podem registrar o boletim de ocorrĂȘncia online, acessĂvel 24 horas por dia, a partir de qualquer dispositivo conectado à internet.
SP Por Todas
SP Por Todas é um movimento promovido pelo Governo do Estado de São Paulo para ampliar a visibilidade das polĂticas pĂșblicas para mulheres, bem como a rede de proteção, acolhimento e autonomia profissional e financeira para elas.
Essas frentes estão nos pilares da gestão e incluem novas soluções lançadas em março do ano de 2024, como o lançamento do aplicativo SPMulher Segura, que conecta a polĂcia de forma direta e ĂĄgil caso o agressor se aproxime; e a criação de novas salas da Delegacia da Defesa da Mulher 24 horas.
AgĂȘncia SP