As reuniões da comissão na ONU são consideradas o fórum internacional mais importante para o debate e a formulação de ações globais pela igualdade de gĂȘnero e empoderamento das mulheres e meninas.
O evento em Nova York acontece entre 10 e 21 de março. O Brasil ficarĂĄ responsĂĄvel por duas mesas de discussão. A primeira, no dia 13, é "Mulheres na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza". A segunda, no dia 18, tem como tema "Misoginia on-line: os desafios para enfrentar o ódio e todas as formas de violĂȘncia e discriminação contra as mulheres".
"Precisamos discutir a inclusão das mulheres em situação de pobreza. As mulheres pobres são as mulheres negras, são as mães solos, são aquelas que estão em condições de miserabilidade. É por isso que nós estamos encabeçando no Brasil a questão da Aliança Global Contra a Fome", disse a ministra.
Comissão da Mulher
O evento em Nova York celebra os 30 anos da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim (1995). Ela é considerada um marco para o avanço dos direitos das mulheres em todo o mundo e o maior tratado multilateral sobre o tema. Uma plataforma de ação com 12 ĂĄreas de preocupação passou a orientar governos e instituições sociais sobre iniciativas para avançar nessa agenda.
Os debates na CSW69 tĂȘm como objetivo a revisão e avaliação da implementação dessas iniciativas.
"Em Pequim, tivemos representantes de governos, parlamentares, organizações internacionais, sociedade civil, acadĂȘmicos e imprensa. A diversidade de perspectivas garantiu que as recomendações fossem tangĂveis. Acredito fortemente que essa abordagem mostra que desigualdade de gĂȘnero demanda cooperação entre todos os nĂveis da sociedade", disse Tatiana Molcean, secretĂĄria executiva da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (ECE).
"A nossa região [América Latina e Caribe] entendeu que, para conseguir um desenvolvimento inclusivo e trabalho digno, com igualdade de gĂȘnero, precisamos avançar em transformar a divisão sexual do trabalho, avançar em polĂticas de cuidado, e apostar em maior autonomia para as mulheres, principalmente na dimensão econômica. Isso porque uma em cada duas mulheres na região estĂĄ fora do mercado de trabalho", disse Ana GĂŒezmes GarcĂa, diretora da divisão de gĂȘnero da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (ECLAC).
AgĂȘncia Brasil