A gestora Latache, liderada por Renato Azevedo e especializada em ativos em situações de estresse, está em negociação para adquirir o controle da Oncoclínicas (ONCO3). Em dezembro de 2024, a Latache fez uma proposta para adquirir a fatia de 20,76% detida pelo Goldman Sachs e, posteriormente, buscaria os 19,90% do Banco Master. Atualmente, a Latache detém 10,19% de participação.
Segundo informações, a proposta inicial foi recusada pelo Goldman Sachs, que buscava outras alternativas para se desvincular da Oncoclínicas. A Latache, por sua vez, continuou a adquirir ações no mercado, mantendo o interesse em aumentar sua participação.
O estatuto social da Oncoclínicas contém uma cláusula de poison pill, que obriga a abertura de uma oferta pública de aquisição (OPA) para acionistas que ultrapassem 15% de participação. Fontes próximas ao caso indicam que a Latache está disposta a realizar a OPA caso consiga adquirir participações de outros sócios.
O Banco Master ingressou na Oncoclínicas no ano anterior, por meio de uma capitalização de R$ 1,5 bilhão, que teve a participação do banco e de Bruno Ferrari, fundador da Oncoclínicas em 2010. O aumento de capital foi realizado a R$ 13,00 por ação, sem acionar o poison pill por se tratar de aumento de capital.
O Goldman Sachs, que investiu inicialmente na empresa em 2015, chegou a deter 60% da Oncoclínicas, mas viu sua participação ser diluída após não participar de aumentos de capital da companhia.
Além da capitalização de R$ 1,5 bilhão, a Oncoclínicas realizou uma oferta subsequente (follow-on) em Bolsa em 2023, levantando R$ 900 milhões, com a ação a R$ 10,25. Ambos os aumentos de capital visavam ajustar a estrutura de capital da Oncoclínicas, impactada por desafios no segmento de saúde.
Nos resultados, a Oncoclínicas registrou uma queda de 81,5% no lucro líquido nos três primeiros trimestres de 2024, totalizando R$ 41,8 milhões. A dívida líquida financeira da empresa era de R$ 3,3 bilhões ao final de setembro.
infomoney