Esse é o segundo maior patamar desde 2016, quando este crime passou a ser contabilizado nas estatĂsticas feitas pelo Instituto de Segurança PĂșblica.
O termo feminicĂdio designa o assassinato de mulheres como crime de ódio ou em contexto de desigualdade de gĂȘnero, como violĂȘncia doméstica, por exemplo.
Em 2015, isso se tornou uma qualificação, o que agrava a pena por homicĂdio. No ano passado, o feminicĂdio foi transformado em um crime autônomo, que não agrava a pena.
O mesmo panorama mostra que o assassinato de mulheres em razão do seu gĂȘnero cresceu mesmo com a diminuição de 26,3% dos homicĂdios dolosos com vĂtimas femininas, o que inclui também aqueles em que o sexismo não foi um fator determinante.
Em 2024, foram 140 registros – o que significa que 76% dessas mulheres foram vĂtimas de feminicĂdio. JĂĄ em 2023, o estado do Rio teve 190 homicĂdios dolosos em geral praticados contra mulheres, incluindo 99 feminicĂdios, ou seja 52% do total.
Além disso, as delegacias do estado receberam 370 denĂșncias de tentativa de feminicĂdio em 2024, um recorde na série histórica, que é 20% maior do que os 308 registros feitos em 2023.
O Rio de Janeiro conta com 14 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, e em 2024, somente nessas unidades foram feitos mais de 36 mil registros de ocorrĂȘncia, sendo 22.710 relacionados a medidas protetivas.
A denĂșncias de estupro feita por mulheres e meninas também bateram o recorde histórico em 2024, passando de 5 mil, cerca de 300 a mais do que em 2023.
JĂĄ os casos de importunação sexual – que é o termo correto para a prĂĄtica mais conhecida como assédio, quando alguém pratica atos libidinosos sem o consentimento da outra pessoa – foram 2441, outro recorde.
DenĂșncia e ajuda
Além de denunciar qualquer tipo de violĂȘncia diretamente nas delegacias, as vĂtimas também podem acionar a PolĂcia Militar, caso ainda estejam sofrendo a violĂȘncia ou em perigo iminente.
No Rio de Janeiro, as vĂtimas de violĂȘncia doméstica também são atendidas pelo programa Patrulha Maria da Penha, que tem como principal função garantir que as medidas protetivas sejam cumpridas e encaminhar as mulheres para a rede de proteção. Em cinco anos, mais de 91 mil mulheres foram assistidas em cerca de 343 mil atendimentos.
As mulheres também podem baixar o aplicativo Rede Mulher, disponĂvel para todos os aparelhos de celular. Ele oferece informações sobre os serviços de proteção à mulher disponĂveis no estado e também permite que a vĂtima peça socorro a amigos e familiares de forma rĂĄpida e fĂĄcil, e acione a PolĂcia Militar, com apenas alguns cliques.
AgĂȘncia Brasil