A Argentina está em negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para um novo acordo financeiro, visando recapitalizar o Banco Central e fortalecer as reservas internacionais. A expectativa é que o acordo contribua para a estabilidade econômica do país a médio e longo prazo.
Analistas do BBI (Banco Bradesco de Investimentos) preveem que a primeira parcela do financiamento, entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões, seja liberada no primeiro semestre de 2025, levando em conta o calendário das eleições legislativas de meio de mandato, agendadas para outubro de 2025.
O BBI acredita que um acordo com o FMI pode reduzir o risco-país, atualmente em 720 pontos-base, e dissipar incertezas sobre a solvência da Argentina. A instituição financeira também sugere que mudanças na política cambial, incluindo a eliminação da atual composição do dólar, seriam necessárias para atender às exigências do FMI.
Além disso, o BBI espera que qualquer desvalorização da moeda seja gradual, impulsionada por fluxos de capital que buscam aproveitar o potencial econômico da Argentina após o anúncio do novo acordo, ou pela eliminação dos controles de capital até o final do ano.
O BBI reiterou sua recomendação de compra para ações argentinas, com destaque para Grupo Financiero Galicia, YPF, Pampa Energía, Transportadora de Gas del Sur (TGS) e Central Puerto.
O BBA (Banco Bradesco Argentina) ressalta que o governo argentino tem honrado sua dívida atrelada ao dólar, fortalecendo sua credibilidade, o que é crucial para a renegociação com o FMI. O BBA também observa que o câmbio multilateral real está próximo dos níveis de 2015, com fundamentos mais sólidos, e que os números da dívida em relação ao PIB estão convergindo para níveis mais saudáveis.
"Um acordo com o FMI ajudaria a dissipar incertezas sobre a solvência do país e poderia resultar em uma queda adicional do risco-país, atualmente em 720 pontos-base." completa o BBI.
Javier Tello, gerente de portfólio da TT International, observou que o desempenho abaixo do esperado das ações argentinas pode ser uma oportunidade de compra, devido a uma possível rotação do mercado para ativos que ficaram para trás. Ele mantém uma visão otimista sobre o país e considera aumentar a exposição caso a correção persista.
"O desempenho abaixo do esperado das ações argentinas no acumulado do ano a uma tendência de rotação do mercado, com investidores realocando portfólios de ativos que se destacaram em 2023 e 2024 para aqueles que ficaram para trás." disse Javier Tello.
O BBA concorda com essa análise e mantém uma posição overweight em sua alocação para a América Latina.
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