Nesta terça-feira (25/2), o deputado estadual Comandante Dan (Podemos) declarou que a ausĂȘncia de efetivos policiais leva a uma estatĂstica não confiĂĄvel, causando a "cifra negra". Nos Ășltimos 15 dias, o parlamentar percorreu 25 municĂpios do interior e considera que o maior clamor das autoridades locais é a chegada de mais efetivos.
"Infelizmente, os Ășltimos contratados ainda não foram distribuĂdos ao interior, onde a necessidade salta aos olhos. HĂĄ cidades com 2 policiais civis e 4 militares. Isso significa dizer que não hĂĄ policiamento, nem patrulhamento de rua, por total impossibilidade. Os indicadores de violĂȘncia inclusive não são fiéis, porque existe uma cifra negra muito grande. Quando vocĂȘ não registra a ocorrĂȘncia, quando vocĂȘ não tem a capacidade de estatisticamente demonstrar efetivamente qual a incidĂȘncia criminal, vocĂȘ apresenta qualquer resultado", declarou o deputado.
"Cifra negra" é um termo da criminologia que se refere aos crimes que não são denunciados às autoridades. Também é conhecida como cifra oculta. O parlamentar, que é ex-comandante da PM, considera que a questão da segurança pĂșblica precisa ser completamente revista, a partir das peças orçamentĂĄrias que passam pela aprovação dos deputados. O Comandante Dan coloca como fundamental a contratação dos concursados, inclusive do cadastro reserva, pela carĂȘncia de contingente.
"No caso da PolĂcia Militar, nós temos uma lei vigente que estabelece que o efetivo necessĂĄrio atualmente é de 15 mil policiais. Quando estive comandante-geral da PolĂcia Militar, de 2008 a 2011, nós passamos o comando com o efetivo de mais que 10 mil militares. Hoje, dos 8.500 policiais existentes na PolĂcia Militar, de acordo com uma informação que recebi, fruto de uma consulta que fiz, a PM conta com apenas 4 mil trabalhadores operacionais para poder cobrir todos os turnos de serviço nos 62 municĂpios do estado do Amazonas, o que é matematicamente impossĂvel", finalizou Dan Câmara.
Ele se referiu, ainda, a questão da logĂstica das forças de segurança no interior. Segundo ele, jĂĄ hĂĄ municĂpios sem viaturas policiais, pela ausĂȘncia de contrato para o serviço. O deputado citou como exemplo o municĂpio de Careiro da VĂĄrzea, que tem duas bases de policiamento e nenhuma viatura.
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