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Investimentos

Brasil: Crise Fiscal e o Impasse Político

Economista Marcos Mendes aponta desafios no ajuste fiscal e critica sistema eleitoral

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O economista Marcos Mendes, especialista em finanças públicas e política fiscal, analisou os desafios do ajuste fiscal no Brasil, destacando a dificuldade de um poder executivo determinado em lidar com interesses diversos no Congresso.

Segundo Mendes, a situação se agrava quando o governo não possui convicção em relação ao ajuste fiscal.

"Mas quando se tem um governo que não tem convicção de fazer ajuste fiscal, fica mais difícil ainda."
- Marcos Mendes.

Mendes participou do episódio 271 do programa Stock Pickers, onde também abordou o sistema eleitoral brasileiro. Ele critica o modelo de eleição que privilegia o candidato mais votado, gerando campanhas individualizadas e dependentes de financiamento privado.

"São campanhas individualizadas porque ele está lutando sozinho para ser eleito. Cabe a cada candidato buscar seu autofinanciamento. Então ele vai passar o mandato fazendo duas coisas: ou mandando recursos para o eleitorado dele ou agradando um financiador de campanha, que vai financiar a próxima campanha dele."
explicou Mendes.

Essa individualização, segundo o economista, distorce a escolha pública, prejudicando decisões coletivas e abrindo espaço para lobby.

"Isso distorce a escolha pública porque os partidos são feitos para decisões coletivas. Mas se criou um desenho (eleitoral) que incentiva a ação individualizada. Isso abre espaço enorme para o lobby, emedas parlamentares e dinheiro para isso ou aquilo."
acrescentou Mendes.

A alocação de R$ 50 bilhões para emendas parlamentares foi citada por Mendes como um exemplo da distorção do sistema, algo sem paralelo em outros países. Ele também expressou preocupação com uma eventual reforma política abrupta, como a adoção do semiparlamentarismo, considerando a atual fragmentação de interesses no Congresso.

"Com uma base partidária eleita da forma que descrevi, de interesses individualizados, sem organicidade partidária, sem um processo de decisão coletiva, está se criando uma incerteza muito grande."
destaca Mendes.

Para Mendes, a fragmentação política inviabiliza uma política econômica coerente, necessitando de mudanças profundas no sistema eleitoral para a implementação de um modelo de parlamentarismo.

"Para se ter um modelo de parlamentarismo hoje, precisa mudar a forma de eleição e composição das bancadas partidárias. Mas isso é uma mudança de mentalidade muito grande."
afirma Mendes.

O cenário descrito por Marcos Mendes destaca os desafios da gestão fiscal e a necessidade de reformas políticas profundas no Brasil, considerando o contexto político atual e a influência de financiamento privado nas campanhas eleitorais. A reforma política e a questão de emendas parlamentares se configuram como pontos cruciais para o futuro do país.


Fonte: infomoney

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