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Secretarias

Governo estimula criação de secretarias para as mulheres nas cidades

O Ministério das Mulheres lançou o Guia para Criação e Implementação de Secretarias de Políticas para as Mulheres no Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, que ocorre em Brasília até esta quinta-feira (13).


O Ministério das Mulheres lançou o Guia para Criação e Implementação de Secretarias de PolĂ­ticas para as Mulheres no Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, que ocorre em BrasĂ­lia até esta quinta-feira (13). O guia estĂĄ disponĂ­vel no site do ministério.

O propósito da publicação é estimular gestoras e gestores municipais a criarem estruturas administrativas que implantem polĂ­ticas pĂșblicas em favor de mais equidade entre homens e mulheres e da ampliação de direitos delas.

Dados do Ministério das Mulheres contabilizam nove secretarias de polĂ­ticas para as mulheres em cada grupo de 50 municĂ­pios, um total de 1.045 em 2024 - nĂșmero quatro vezes acima do que havia em 2023: 258 secretarias.

A criação de secretarias de PolĂ­ticas para as Mulheres deve ser uma das prioridades das 728 prefeitas que tomaram posse em 1° de janeiro. A avaliação é da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, em entrevista.

De acordo com ela, "o segundo desafio é orçamentĂĄrio", ou seja, ter recursos para custear polĂ­ticas de combate à violĂȘncia contra as mulheres e financiar iniciativas para geração de trabalho, emprego e renda – "duas demandas fortes" ouvidas pela ministra no encontro com as novas prefeitas na tarde dessa quarta-feira (12).

Primeira secretaria

A pauta de polĂ­ticas pĂșblicas para as mulheres se assemelha à agenda que havia em 2005 quando Moema Gramacho (PT-BA) assumiu o primeiro dos quatro mandatos de prefeita que exerceu na cidade de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador (BA). Ela foi a primeira gestora municipal a criar uma secretaria de PolĂ­ticas para Mulheres.

"É preciso polĂ­ticas pĂșblicas que deem independĂȘncia e autonomia às mulheres", defende Moema, que hoje participa das direções da Associação Brasileira de MunicĂ­pios (ABM) e da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP). Para ela, a geração de trabalho, emprego e renda é fundamental para evitar situações em que as mulheres precisam denunciar homens por causa de violĂȘncia de gĂȘnero, mas os agressores são os próprios companheiros, provedores da famĂ­lia.

Conforme o Fórum Brasileiro de Segurança PĂșblica, 63% dos autores de feminicĂ­dio em 2023 eram parceiros Ă­ntimos e 21,2% eram ex-parceiros.

Moema Gramacho lembra que a violĂȘncia fĂ­sica contra a mulher diminuiu depois da implantação da Lei Maria da Penha em 2006. Para ela, no entanto, outras formas de violĂȘncia perduram. "Quando me candidatei pela primeira vez à prefeitura, ouvi de um dos nossos adversĂĄrios que eu "não ia para lugar nenhum" e que mulher "que só sabe tocar fogão, não vai saber tocar uma prefeitura.""

Manifestações misóginas também ouviu, vinte anos depois de Moema Gramacho, a prefeita de Mozarlândia (GO) Lucijane Freires Alencar (MDB-GO). Durante a campanha eleitoral do ano passado, ela relata que enfrentou discriminação. "As pessoas falavam que mulher não tem competĂȘncia."

Empatia

Para Lucijane Freires Alencar, "o mundo carece de mais mulheres na polĂ­tica por causa da visão diferenciada, com mais empatia". Ela recomenda "a todas as mulheres que tĂȘm interesse e a coragem que se candidatem e se coloquem à disposição da polĂ­tica. "Somos capazes e competentes."

Lucijane Freires Alencar e Moema Gramacho estão em polos polĂ­ticos diferentes. Mas apesar das distinções ideológicas e partidĂĄrias, gestoras como elas mantĂȘm diĂĄlogo e compartilham iniciativas, como ocorre no Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), criado em 2017 com o apoio da Confederação Nacional dos MunicĂ­pios (CNM).

"O Movimento Mulheres Municipalistas tem sido um espaço fundamental para essa articulação. Por meio dele, conseguimos trocar experiĂȘncias, fortalecer nossa participação polĂ­tica e pressionar por polĂ­ticas pĂșblicas que atendam às demandas das mulheres nos municĂ­pios", diz Tania Ziulkoski fundadora do movimento e também prefeita de Pimenteiras (PI).

Apesar de serem maioria na população e no eleitorado, as mulheres seguem sub-representadas na polĂ­tica, como registra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nas eleições municipais do ano passado, além das 728 prefeitas eleitas (13% das cidades), 1.066 vice-prefeitas formaram chapas (19% dos municĂ­pios). O nĂșmero de vereadoras eleitas (10.537) é quase cinco vezes menor do que o nĂșmero de homens eleitos (47.189).

Apenas duas mulheres foram eleitas como prefeitas de capital: EmĂ­lia CorrĂȘa (Aracaju-SE), do PL, e Adriane Lopes (Campo Grande-MS), do PP.

Tania Ziulkoski cita levantamento feito pela CNM no ano passado que contabilizou outros indicadores da sub-representação feminina: "2.311 candidatas foram registradas para disputar o cargo nas prefeituras de 1.947 cidades, nĂșmero que corresponde a 15% do total de candidatos do pleito deste ano."

AgĂȘncia Brasil

Política Secretarias Mulheres Cidades Prefeitos E Prefeitas Encontro

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