"...transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Rm 12.2)
Não espere que Deus mude a sua mente. Isso é algo que você tem de fazer. Deus não muda a mente de ninguém, não por que lhe falte o poder de fazê-lo, mas em razão principalmente do que Ele é e de como nos fez ser.
Há exemplos na História de homens a quem Deus deu um tratamento "especial" de um duro juízo concernente ao endurecimento da mente (como Faraó do Egito), ou por incapacitação mental como animal (como o rei Nabucodonosor de Babilônia), o que se constitui uma exceção à regra geral.
No caso de Faraó do Egito, Deus endureceu o seu coração (ou mente subconsciente) no tempo do Êxodo, com a finalidade de, em julgando o seu reinado opressor, demonstrar o Seu poder e libertar o povo de Israel da escravidão egípcia (Êx 7.3).
Endurecer o coração é o mesmo que forçar a pessoa a ser o que ela sempre foi, não lhe permitindo qualquer mudança de atitude em face das circunstância adversas do juízo divino.
No caso de Nabucodonosor, rei de Babilônia, Deus mudou o seu coração para ser como o de animais ruminantes, cujo juízo inusitado ocorreu em razão de sua soberba e falta de temor a Deus (Dn 5.21).
Deus também pode inclinar o coração de um rei que a Ele se submeta.
Isso significa uma influência objetiva de Deus na sua mente para que proceda corretamente em cumprir com sabedoria toda a Sua vontade (Pv 21.1).
Todavia, em condições normais, Deus jamais mudará unilateralmente uma mente ou coração. Por quê?
Isto ocorre por duas razões:
(1) O homem é a imagem de Deus.
Sabemos que Deus fez o homem (macho/fêmea) "conforme sua imagem e semelhança" (Gn 1.26). Ou seja, "imagem" é o que Deus é em essência; "semelhança" é funcionalidade ou como Deus opera.
Portanto, o que Deus é, espiritual e infinitamente falando, Ele próprio atribuiu ao ser humano de forma física e limitada.
Em suma, tal como Deus é em sua infinitude, assim somos nós também em nossa breve solicitude. Como trazemos em nós o Seu caráter e carregamos conosco a Sua essência e funcionalidade, Deus respeita não somente quem Ele é, mas também o ser humano que Ele fez à Sua imagem e semelhança.
Só Deus pode mudar Sua própria mente; assim também, cada um de nós tem o dever de fazê-lo, quando necessário. Ele certamente ajudará na mudança da nossa mente, mas tão somente se nós o quisermos.
(2) Ninguém pode mudar a mente de Deus.
A vontade de Deus não pode ser mudada por oração, nem por jejum, tampouco por decreto religioso dos arrogantes, pois só Ele tem essa prerrogativa concernente ao conselho de Sua vontade; assim também o homem, cuja vontade é respeitada por Deus, para o bem ou para o mal.
Porque em referência à vida do homem na Terra, também Deus disse:
"E domine o homem sobre a terra." (Gênesis 1.26)
A palavra domínio é reino, governo. Deus deu autoridade ao homem, mas reservou para Si mesmo o poder, de modo que nenhum ser humano poderá exercer a sua autoridade sem Deus, assim como Deus nada fará na terra sem o consentimento do homem.
É principalmente por isto que a eficiência pessoal bem-sucedida é uma via de mão-dupla que depende de realizarmos a vontade de Deus na força (poder) que o próprio Deus supre.
Desse modo, é bom que frisemos: nem mesmo Deus (que se autolimitou na encarnação) muda a mente humana, pois essa é uma tarefa que cada pessoa deve empreender por sua conta e risco.
Compreender isto é apenas o início do processo, que é levado a cabo quando você conhece e experimenta a vontade de Deus na prática das virtudes do Rei, quando entrega totalmente a Ele o seu caminho (Salmo 37.5).
Assuma, agora mesmo, a ousada decisão de entregar totalmente o seu caminho ao Senhor, confiando inteiramente que Ele edificará a sua mente no caminho da verdade e justiça, e assim, lhe fará andar triunfante sobre todas as dificuldades da vida, como bem o expressa a Palavra divina:
"Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento." (2Co 2.14)
Amém!