A batalha judicial entre Kylian Mbappé e seu ex-clube, Paris Saint-Germain (PSG), ganhou um novo capítulo. A equipe jurídica do jogador, agora no Real Madrid, obteve autorização para confiscar 55 milhões de euros (aproximadamente R$ 362 milhões) que Mbappé alega serem salários não pagos pelo clube francês.
Os advogados de Mbappé conseguiram que o tribunal de Paris desse início ao processo de apreensão preventiva dos valores. Segundo o advogado Thomas Clay, o dinheiro foi congelado das contas bancárias do PSG nesta quinta-feira. Uma audiência legal está agendada para 26 de maio para dar andamento ao caso.
"Essa história está acontecendo há pouco mais de um ano. Um ano foi o prazo que estabelecemos para nós mesmos para tentar resolver essa disputa da forma mais pacífica possível." disse a principal advogada de Mbappé, Delphine Verheyden.
"Com o passar dos meses, Kylian Mbappé ainda não recebeu os 55 milhões de euros que faltavam. Foi tomada uma decisão, desta vez de partir para o ataque." concluiu Delphine Verheyden.
Verheyden também mencionou que a equipe jurídica solicitou ao ministro dos Esportes da França que intervenha e conteste uma decisão da comissão de apelações da Federação Francesa de Futebol, que considerou inadequada a apelação de Mbappé contra o PSG.
A advogada ainda pretende solicitar à UEFA que analise o caso, argumentando que o PSG estaria violando suas obrigações salariais. Caso seja considerado culpado, o clube pode até perder a licença para disputar a Liga dos Campeões.
Em outubro do ano passado, a comissão de apelação da liga francesa manteve a decisão que ordenava o pagamento dos salários atrasados a Mbappé. O atacante alega que o clube lhe deve três meses de salário e o último terço de um bônus de fidelidade.
O PSG argumenta que, quando Mbappé foi afastado antes da temporada 2023-24 devido à sua decisão de não renovar o contrato, houve um acordo verbal no qual ele abriria mão dos bônus para poder retornar ao time.
A relação entre Mbappé e o PSG terminou em meio a tensões, com vaias da torcida em seu último jogo no Parque dos Príncipes. O clube se sentiu decepcionado após oferecer a Mbappé o contrato mais lucrativo da história em 2022.
Mbappé, por sua vez, teria ficado frustrado com o não cumprimento das promessas de contratação de jogadores importantes. Ele também se irritou com o fato de que, ao assinar o contrato, desfilou com uma camisa com o número "2025", quando o contrato era até 2024, com opção de compra de mais uma temporada.
A situação se agravou quando Mbappé informou ao clube em junho de 2023 que não aceitaria a opção de mais um ano, colocando o PSG na posição de ter que vendê-lo para não perdê-lo de graça ao final do contrato. Após ser afastado e forçado a treinar com as categorias inferiores, Mbappé rejeitou uma transferência de 300 milhões de euros para o Al-Hilal, da Arábia Saudita.
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