
O Brasil se prepara para colher uma safra recorde de grãos, estimada em mais de 328 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, essa abundância expõe um gargalo crítico na infraestrutura do país: a capacidade de armazenagem, que é de aproximadamente 210 milhões de toneladas.
Essa diferença de mais de 118 milhões de toneladas entre a produção esperada e a capacidade de estocagem levanta sérias preocupações sobre a logística e o escoamento da produção agrícola brasileira.
O problema da falta de estoques adequados pode impactar negativamente os produtores, que podem ser forçados a vender seus produtos a preços mais baixos devido à falta de espaço para armazená-los. Além disso, a falta de infraestrutura adequada pode levar a perdas de grãos durante o transporte e a estocagem, o que pode reduzir a rentabilidade da safra.
Especialistas defendem que o governo federal deveria ter uma atuação mais forte no monitoramento da produção, na recomposição de estoques públicos e nos incentivos para investimentos em silagem, nas vias de escoamento e no crédito para o setor.
"Uma simples palestra presidencial com produtores e varejistas tivesse o condão de baixar custos, ou como se uma resolução de isenção tributária de importação abarrotasse de alimentos baratos o mercado doméstico, a despeito de uma crise que é mundial." disse o jornal.
Historicamente os governos parecem subestimar a complexidade dos desafios enfrentados pelo setor agrícola, depositando fé em medidas paliativas que não resolvem os problemas estruturais.
É crucial que o governo adote medidas concretas para melhorar a infraestrutura de armazenagem e transporte do país, a fim de garantir que a safra recorde possa ser aproveitada ao máximo, beneficiando os produtores e a economia brasileira.
Fonte: revistaoeste