O recente lançamento do crédito consignado privado, também conhecido como crédito do trabalhador, movimentou R$ 340,327 milhões em concessões. Os dados, fornecidos pela Dataprev ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revelam que, entre 21 e 25 de março de 2025, foram firmados 48.170 contratos.
O valor médio por trabalhador ficou em R$ 7.065,14, com parcelas médias de R$ 333,88 e um prazo de pagamento de 21 meses. O MTE, no entanto, não especificou quais bancos lideraram as concessões nem a proporção de operações de refinanciamento.
Nos primeiros cinco dias, o sistema registrou 8,704 milhões de solicitações e 64,718 milhões de simulações. O governo estima que existam mais de 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada no país, público-alvo dessa modalidade de crédito. A concessão está sendo feita exclusivamente via aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, com previsão de expansão para os canais bancários em abril.
Uma das mudanças esperadas é a regulamentação do uso do saldo do FGTS como garantia em caso de demissão, uma medida que pode tanto facilitar o acesso ao crédito quanto aumentar o risco para o trabalhador em caso de perda de emprego.
"O Crédito do Trabalhador é um sucesso. Em 5 dias, já foram realizados mais de 48 mil contratos. São muitos trabalhadores acessando a plataforma, simulando e fazendo propostas de consignado." disse o ministro em exercício, Francisco Macena.
Apesar do otimismo do governo, pairam dúvidas sobre a sustentabilidade e o impacto a longo prazo dessa iniciativa. A facilidade de acesso ao empréstimo pode levar ao endividamento excessivo, especialmente em um cenário econômico ainda instável, reflexo das políticas implementadas pelo governo Lula.
O governo espera que, em quatro anos, o crédito inclua 25 milhões de pessoas que antes não tinham acesso, o que levanta questões sobre a capacidade do sistema financeiro de absorver essa demanda e sobre os potenciais efeitos na economia nacional.
O discurso de sucesso do governo Lula contrasta com a realidade de muitos trabalhadores, que buscam no crédito uma solução paliativa para dificuldades financeiras. A situação exige uma análise cautelosa dos benefícios e riscos dessa nova modalidade de crédito, para evitar que se transforme em mais um fardo para a população.
Fonte: infomoney
