
A Globo foi condenada a pagar R$ 500 mil de indenização após denúncias de assédio moral e racismo institucional nos bastidores da novela "Nos Tempos do Imperador". A decisão foi assinada pela juíza Aline Gomes Siqueira, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, que justificou a medida alegando que a emissora permitiu um ambiente de trabalho propício para tais práticas.
A denúncia partiu de artistas que alegaram que o diretor da produção tratava a equipe negra de forma diferente dos atores brancos. As acusações apontam para um ambiente de trabalho hostil e discriminatório, o que gerou grande repercussão.
A atriz Roberta Rodrigues, uma das denunciantes, relatou ter sofrido uma crise de burnout em consequência dos abusos durante as gravações. A situação desencadeou problemas emocionais que a afastaram do trabalho por cerca de três meses.
Após o lançamento da série "A Divisão", produzida pelo GloboPlay, Roberta revelou que chegou a considerar o abandono da carreira. No entanto, decidiu seguir em frente após o pedido de José Júnior, idealizador da série.
A emissora negou as acusações, afirmando que não houve casos de discriminação e racismo. A Globo ressaltou que Roberta voltou a trabalhar com a emissora após as denúncias. Contudo, fontes internas afirmam ter presenciado falas racistas durante as filmagens, e que a trama da novela romantizava a escravidão.
"A emissora permitiu um ambiente de trabalho propício para casos de assédio moral e racismo institucional." afirmou a juíza Aline Gomes Siqueira.
Apesar da condenação, a TV Globo ainda pode recorrer da decisão. O processo corre sob sigilo, e os advogados das atrizes informaram que não se pronunciarão sobre o caso. A TV Globo também informou que não irá se posicionar publicamente sobre o assunto.
Fonte: portalleodias