A semana promete ser agitada no cenário econômico global, com decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, além de reuniões de bancos centrais em diversos países, incluindo Reino Unido, Suíça, Japão, China, Chile e Paraguai.
Os bancos centrais ao redor do mundo estão ponderando as incertezas do cenário global, com destaque para as políticas tarifárias de Donald Trump e seus impactos na inflação. A expectativa é que o Federal Reserve (Fed) dos EUA mantenha a taxa de juros inalterada, mas as projeções macroeconômicas serão monitoradas de perto.
No Brasil, a expectativa é de um aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom), elevando-a para 14,25% ao ano. A comunicação do Banco Central sobre futuros movimentos de juros é o ponto central das atenções.
"Acredito que o conjunto dessas revisões deve trazer uma inflação um pouco mais elevada em 2025." aponta Tomás Urani, economista do Santander.
Economistas divergem sobre a possibilidade de o Banco Central sinalizar o início de um ciclo de redução de juros já na próxima reunião, em maio. Alguns defendem uma postura mais conservadora, mantendo o cenário em aberto para avaliar a evolução da economia brasileira.
"Consideramos que o Copom deve indicar que antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros na reunião de maio, refletindo o estágio avançado do ciclo de aperto monetário, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante." disse Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos.
Além das questões internas, o Copom também deve monitorar os efeitos das medidas tarifárias adotadas pelo governo americano e seus possíveis impactos na economia global, incluindo uma possível guerra comercial.
"O Trump vai colocar tarifas mesmo, e ainda vêm as tarifas recíprocas. É um cenário inflacionário, e dificulta a chance de corte de juros nos Estados Unidos." disse Fabio Kanczuk, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central.
Em outros países, como no Reino Unido, a expectativa é que o Banco da Inglaterra (BoE) mantenha as taxas de juros estáveis, diante das preocupações com a inflação. O Banco do Povo da China (PBoC) também deve manter sua taxa de juros inalterada.
O Goldman Sachs espera que o Copom indique que continuará subindo os juros nas próximas reuniões, devido à elevada incerteza doméstica e externa.
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