O governo Lula intensificou os gastos sociais em R$ 30,7 bilhões, um movimento que ocorre em paralelo a uma queda nos índices de aprovação. Essa decisão levanta questões sobre o equilíbrio fiscal e as estratégias para as eleições de 2026.
Entre as medidas anunciadas, o programa Pé-de-Meia causou reações no mercado financeiro, com alta do dólar e dos juros futuros. A preocupação do mercado é compreensível, dada a trajetória de endividamento público do Brasil nos últimos anos, agravada pelas políticas implementadas durante a pandemia e, mais recentemente, pelas decisões do governo atual.
Adicionalmente, o governo contratou, sem licitação, a Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) por R$ 478 milhões para a organização da COP30 em Belém, com contrato até 2026. Essa escolha também gerou controvérsia e levanta questionamentos sobre a transparência e a eficiência na gestão dos recursos públicos.
No cenário político, a nomeação de Gleisi Hoffmann para um cargo estratégico no Planalto dividiu opiniões dentro do próprio PT. Alguns temem que essa decisão possa prejudicar alianças importantes para 2026, enquanto outros valorizam a experiência de Gleisi na articulação da campanha de Lula em 2022.
A mudança pode impactar a relação do governo com a equipe econômica. À frente do PT, Gleisi criticou medidas do Ministério da Fazenda, de Fernando Haddad, e defendeu uma postura menos austera.
A ausência de um titular no Ministério do Desenvolvimento Social também é notável, com Lula buscando um nome que fortaleça a área social como vitrine eleitoral para 2026. O nome mais cotado é Isnaldo Bulhões (MDB-AL), o que pode indicar uma tentativa de aproximação com o Centrão, embora ele não possua proximidade com Lula.
A situação ocorre em um momento de queda na popularidade do governo e dificuldades no Congresso. Analistas sugerem que Lula deveria priorizar a estabilidade política e o apoio legislativo antes de focar nas alianças eleitorais. Um governo bem-sucedido, argumentam, atrairia naturalmente o Centrão em 2026. A estratégia do governo de aumentar os gastos sociais é vista por alguns como uma tentativa de impulsionar a popularidade visando as próximas eleições, mas levanta sérias questões sobre a sustentabilidade fiscal do país.
Lula quer um perfil que permaneça no cargo até o fim do mandato, fortalecendo a área social como uma vitrine eleitoral para 2026.
A gestão governo Lula enfrenta um momento delicado, equilibrando a necessidade de impulsionar a economia e a popularidade com a responsabilidade fiscal e a estabilidade política. As decisões tomadas agora terão um impacto significativo no cenário político e econômico dos próximos anos, especialmente com as eleições de 2026 no horizonte.
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