As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) registraram um aumento significativo nesta segunda-feira, após o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, divulgar a criação de mais de 100 mil vagas formais de emprego em janeiro. A notÃcia, que antecede a divulgação oficial dos dados do Caged, surpreendeu o mercado e reacendeu preocupações sobre a inflação e a polÃtica de juros.
O mercado financeiro, que esperava um número mais modesto de novas vagas, reagiu imediatamente. A taxa do DI para janeiro de 2026, um dos contratos mais lÃquidos, subiu para 14,63%, enquanto a taxa para janeiro de 2027 atingiu 14,525%. Os contratos mais longos também apresentaram elevações, com a taxa para janeiro de 2031 chegando a 14,47%.
A antecipação dos dados pelo Ministro Marinho, durante um evento com o presidente Lula, pegou o mercado de surpresa. A pesquisa da Reuters indicava uma projeção de apenas 48 mil vagas abertas no mês passado. O número divulgado, se confirmado, é visto como positivo para a atividade econômica, mas negativo para o controle da inflação.
O receio é que um mercado de trabalho aquecido exerça pressão sobre os preços, dificultando a desaceleração da alta de juros pelo Banco Central. Essa percepção levou as taxas dos DIs a atingirem seus picos no inÃcio da tarde, refletindo uma maior aversão ao risco por parte dos investidores.
Apesar da reação imediata do mercado, a trajetória de médio prazo da Selic permanece incerta. A curva de juros brasileira, perto do fechamento desta segunda-feira, já precificava uma alta de 100 pontos-base da Selic no próximo mês, alinhada com as indicações do BC.
"Os números do Caged interrompem uma sequência de dados de atividade mais fracos divulgados nas últimas semanas, que permitiram o fechamento recente da curva de juros no Brasil."
O relatório Focus do BC, divulgado também nesta segunda-feira, mostrou um aumento nas expectativas de inflação para 2025 e 2026, reforçando a cautela em relação ao cenário econômico. No exterior, os rendimentos dos Treasuries apresentaram acomodação, com a taxa do tÃtulo norte-americano de dez anos registrando uma leve queda.
Diante desse cenário, o mercado aguarda com expectativa a divulgação oficial dos dados do Caged na quarta-feira, que deverá confirmar ou refutar as informações antecipadas pelo Ministro Marinho. A depender dos números, a pressão sobre o Banco Central para manter uma polÃtica monetária restritiva poderá aumentar, com impactos significativos sobre a economia brasileira.
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