A Lojas Renner divulgou seus resultados financeiros do quarto trimestre de 2024, gerando preocupações entre os investidores. A margem bruta ficou abaixo das expectativas, levando analistas a revisarem suas projeções para a empresa.
Apesar do crescimento de vendas, a XP Investimentos destaca a margem bruta como uma surpresa negativa. "Apesar de notarmos a base de comparação difícil, acreditamos que a margem bruta foi uma surpresa negativa e deve levantar preocupações entre os investidores sobre a recuperação desse indicador", avalia a XP.
"Apesar de notarmos a base de comparação difícil, acreditamos que a margem bruta foi uma surpresa negativa e deve levantar preocupações entre os investidores sobre a recuperação desse indicador." concluiu a XP Investimentos.
A empresa anunciou um programa de recompra de ações, visando reduzir o número de ações em circulação e impactar positivamente o preço. Além disso, acelerou seu hedge cambial para proteger-se contra flutuações do dólar, com 34% dos pedidos do primeiro trimestre de 2025 protegidos a um câmbio de R$ 6,28.
O Bradesco BBI também expressou sua preocupação, apontando que, excluídos os fatores não operacionais, o lucro antes dos impostos (EBT) seria 7% inferior à sua estimativa. "À luz dos resultados pouco inspiradores e abaixo das expectativas, não acreditamos que um potencial sentimento positivo sobre o programa de recompra possa reverter a mensagem dos fundamentos.", avalia o BBI.
"À luz dos resultados pouco inspiradores e abaixo das expectativas, não acreditamos que um potencial sentimento positivo sobre o programa de recompra possa reverter a mensagem dos fundamentos. " - Bradesco BBI.
O BTG Pactual, apesar de manter recomendação de compra para as ações da Lojas Renner, reconhece a falta de gatilhos de curto prazo, apesar da avaliação atraente dos papéis. Analistas do BTG destacam tendências de receita líquida ainda positivas no quarto trimestre, mas apontam mudanças significativas no segmento de vestuário.
Entre as mudanças citadas pelo BTG estão a crescente penetração do e-commerce, a concorrência internacional, consumidores buscando preços menores após o pico da pandemia e plataformas de crédito proprietárias enfrentando mais concorrência de fintechs. A Lojas Renner enfrenta desafios significativos em 2025, conforme mencionado pela própria empresa.
Apesar da expectativa de desafios, a Camicado, marca do grupo, reportou margem recorde de 56,6%, resultado de maior penetração da marca própria e gestão de estoques eficiente, com vendas por metro quadrado 17% acima da base anual. A queda nos créditos fiscais também foi observada, passando de R$ 150 milhões no quarto trimestre de 2023 para R$ 39 milhões no quarto trimestre de 2024.
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