O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), elogiou a investigação da PolĂcia Federal (PolĂcia Federal) sobre os atos de 8 de janeiro de 2023. Em entrevista à CNN, ele destacou a relevância do trabalho da PF para o esclarecimento dos fatos.
Segundo Mendes, a apuração trouxe evidĂȘncias importantes que serão analisadas pelo procurador-geral da RepĂșblica, Paulo Gonet.
"A PolĂcia Federal fez uma importante investigação ao revelar uma série de tramas, discussões, de filmetes de reuniões que dão base para essa discussão e vamos analisar agora a partir da perspectiva do procurador-geral da RepĂșblica que, todos sabem, é uma pessoa muito criteriosa. É um dos procuradores, nos Ășltimos anos, mais respeitados no Supremo Tribunal Federal." concluiu o ministro.
Mendes também abordou a possibilidade de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF. Ele afirmou que a Corte tomarĂĄ sua decisão baseada nas provas apresentadas.
"Não tenho dĂșvidas de que se for o caso, dentro das balizas do Estado de direito de proferir um juĂzo condenatório, o tribunal saberĂĄ fazĂȘ-lo com toda responsabilidade, como no passado julgou o caso do "mensalão" que também envolvia assessores importantes do então governo do presidente Lula." comparou Gilmar Mendes.
O ministro comentou sobre a necessidade de estabilidade democrĂĄtica e a importância de evitar riscos à ordem institucional.
"Não acho que haja risco para a democracia. Não vejo que houvesse condições de sustentar um golpe, ainda que com todo esse planejamento que ocorreu. Mas eu também não gostaria de acender fósforo para ver se tem gasolina no tanque. Eu acho que se nós percebemos que hĂĄ problemas que geram instabilidade, nós com a responsabilidade polĂtica que temos devemos propor correções de rumo." disse o ministro do STF.
Gilmar Mendes também fez crĂticas aos ataques sofridos pelos ministros do STF, afirmando que discursos agressivos estimulam a violĂȘncia.
"Temos que ter muito cuidado com o que falamos. Aquele xingatório dirigido a ministros do Supremo estimulava o cidadão comum a imaginar que também tinha aquele direito. Isso diminui a todos. Criamos uma sociedade em que o respeito desaparece. Que a gente não viva assustado com a sua possibilidade de reedição." enfatizou o ministro.
As declarações de Gilmar Mendes geram debates sobre o futuro polĂtico de Jair Bolsonaro e a estabilidade democrĂĄtica no Brasil.
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