
O mercado financeiro brasileiro passou por um dia de ajustes, com as taxas de juros futuros acompanhando a alta do dólar. Esse movimento ocorreu em contraste com o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior, indicando uma dinâmica particular no cenário nacional.
O Itaú Unibanco manteve suas estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, projetando uma expansão de 2,2%, embora com um viés de baixa. Para 2026, a projeção foi mantida em 1,5%, com os riscos considerados equilibrados.
"O recuo da projeção do PIB global e dos preços das commodities foi compensado pelo efeito positivo do novo crédito consignado privado. Com isso, apesar da manutenção da projeção, destacamos o viés de baixa, diante do elevado risco de desaceleração da atividade mundial." explicou o banco Itaú.
A instituição financeira também estima um crescimento de 1,6% no PIB no primeiro trimestre, impulsionado pela resiliência da economia e pelo bom desempenho do setor agropecuário, com crescimento positivo em todos os setores.
No que se refere ao câmbio, o Itaú manteve a projeção de que o dólar permanecerá em R$5,75 tanto em 2025 quanto em 2026, justificando essa previsão com a "expressiva incerteza em relação ao cenário global".
A projeção para a taxa básica de juros, a Selic, também foi mantida em 15,25% para o final deste ano, com a expectativa de duas altas de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões do Banco Central.
"Mas com menor convicção sobre a segunda (alta) ? cuja implementação depende da evolução do cenário internacional e seu impacto sobre a taxa de câmbio e os preços de commodities." alertou o banco.
O Itaú avalia que o Brasil está exposto a dois principais canais de impacto decorrentes da incerteza no cenário global, especialmente no contexto das tarifas comerciais.
O banco ressalta que, embora o impacto direto via comércio possa ser limitado devido ao grau de abertura da economia brasileira, o canal indireto, que envolve a desaceleração global, a queda nos preços de commodities e os fluxos financeiros em um ambiente de aversão ao risco, pode ser mais relevante.
"Nosso cenário base considera algum grau de alívio externo, com negociação das tarifas, mas vemos riscos relevantes de escalada da guerra comercial, com retaliação e consequente recessão global, o que nos leva a adotar uma postura cautelosa nas projeções." completou o banco Itaú.
Fonte: infomoney