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Clima

Alerta Urgente: Seguros Ignoram Riscos Climáticos no Brasil!

CEO da Swiss Re critica falta de proteção e políticas públicas em meio a desastres

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O setor de seguros no Brasil enfrenta um desafio crescente diante das mudanças climáticas, que alteram a previsibilidade e a severidade dos riscos. Kaspar Mueller, CEO da Swiss Re para a América Latina, alerta para a necessidade de o setor se proteger para continuar a proteger a sociedade.

Mueller defende a adoção de contratos anuais, que permitem às seguradoras incorporarem dados recentes sobre eventos climáticos extremos, como enchentes e incêndios, em suas análises de risco. Essa abordagem é crucial para a precificação de seguros e a estrutura de capital das resseguradoras.

"No nosso negócio, embora estejamos aqui para proteger as sociedades, só podemos fazer isso se também nos protegermos. Se ficarmos sem dinheiro para pagar sinistros, não conseguiremos proteger as sociedades. Por isso, somos muito cautelosos, por exemplo, com contratos plurianuais relacionados ao clima. Preferimos contratos anuais." disse Mueller.

Apesar da crescente exposição a riscos, a penetração de seguros no Brasil permanece baixa. Apenas 30% da frota automotiva e 17% das residências possuem seguro, evidenciando uma lacuna de proteção significativa.

Mueller aponta que a resistência à contratação de seguros tem raízes culturais e econômicas, mas também se relaciona com a ausência de exigências por parte de instituições como os bancos. Ele também critica a falta de políticas públicas estruturadas para proteger ativos essenciais da sociedade.

Um exemplo alarmante é a tragédia no Rio Grande do Sul em 2024, onde as perdas econômicas estimadas em R$ 89 bilhões foram cobertas por apenas R$ 6 bilhões em seguros, resultando em uma lacuna de proteção de 93%, de acordo com a Susep.

O CEO da Swiss Re defende a criação de parcerias público-privadas para aumentar a resiliência climática e proteger ativos essenciais da sociedade. Ele ressalta que eventos como a pandemia e a intensificação de riscos climáticos exigem modelos preditivos robustos e uma visão de longo prazo.

Mueller reconhece que o setor de seguros é altamente regulado e que mudanças políticas impactam diretamente o ambiente de negócios. Ele observa que o governo tem grande influência sobre os reguladores e as leis, gerando impactos distintos no longo prazo.

Apesar dos desafios, Mueller demonstra otimismo em relação ao potencial da América Latina, especialmente do Brasil, que considera um mercado prioritário. Ele acredita que o país tem um potencial enorme para aumentar a resiliência das sociedades diante das mudanças climáticas.

O setor de seguros, como aponta Kaspar Mueller, precisa estar preparado para enfrentar os desafios climáticos e garantir a proteção da sociedade. E o governo deve criar condições favoráveis para que isso aconteça, em vez de atrapalhar com políticas populistas. O Brasil não pode continuar sendo um país de catástrofes anunciadas, onde a falta de planejamento e a irresponsabilidade política colocam em risco a vida e o patrimônio de milhões de brasileiros.


Fonte: infomoney

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